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Carol Neves
Publicado em 14 de abril de 2025 às 10:21
Começa nesta segunda-feira (14) um julgamento que pode redefinir o futuro da Meta, empresa controladora do Facebook. O caso, movido pela Comissão Federal de Comércio dos EUA em 2020, investiga se a companhia construiu um monopólio ilegal ao adquirir o Instagram e o WhatsApp há mais de uma década. As autoridades alegam que as compras tinham como objetivo eliminar concorrentes que ameaçavam o domínio do Facebook no mercado de redes sociais. >
A Meta enfrenta a possibilidade de ter que vender redes sociais ou reestruturar seus negócios caso perca o processo. A empresa, que já enfrenta desafios financeiros, depende fortemente da receita publicitária do Instagram. Jennifer Newstead, diretora jurídica da Meta, classificou a ação como "fraca" e afirmou que ela prejudica os investimentos em tecnologia. "É absurdo tentar desmembrar uma grande empresa americana enquanto o governo tenta salvar o TikTok, de propriedade chinesa", declarou. >
O CEO Mark Zuckerberg deve prestar depoimento durante o julgamento, que pode se estender até julho. Ele será questionado sobre e-mails nos quais discutia a compra do Instagram como forma de neutralizar a concorrência e expressava preocupação com o potencial do WhatsApp como rede social. A defesa da Meta argumenta que as aquisições beneficiaram os usuários e que o mercado atual conta com forte concorrência de plataformas como TikTok, YouTube e serviços da Apple. >
O juiz James Boasberg já havia destacado em novembro que, embora a Comissão tenha boas evidências, há dúvidas sobre como elas serão sustentadas em tribunal. Se a Meta for condenada, um segundo julgamento definirá como a possível venda dos aplicativos poderia restaurar a competição no mercado. O caso ocorre em um momento de aproximação entre Zuckerberg e o ex-presidente Donald Trump, que recentemente recebeu doação de US$ 1 milhão da Meta para eventos de posse. >
Este é um entre vários processos antitruste movidos contra gigantes de tecnologia nos EUA. Amazon, Apple, Alphabet e Google também enfrentam acusações semelhantes de práticas monopolistas, com o Google respondendo atualmente a dois processos distintos. O resultado do julgamento contra a Meta pode estabelecer um precedente importante para o setor.>