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Estadão
Publicado em 15 de março de 2024 às 11:29
Passageiros que estavam a bordo do avião Boeing 737 da Alaska Airlines, cujo plugue de porta se soltou em pleno voo em janeiro, estão processando a companhia aérea, a fabricante da aeronave, uma fornecedora de peças da fabricante Boeing e outras dez pessoas que não tiveram o nome relevado. Procurada, a Boeing respondeu em e-mail na quinta-feira, 14, para a Associated Press: "não temos nada a acrescentar". A Alaska Airlines e a Spirit AeroSystems, que é fornecedora da Boeing, não responderam ao pedidos de comentários. >
O processo foi apresentado no Tribunal Superior do Condado de Washington na quinta-feira. Entre os sete passageiros que estão movendo a ação, está o cliente sentado na poltrona próxima ao plugue de porta, que afirma ter sido salvo pelo cinto de segurança.>
Cuong Tran, de Upland, Califórnia, estava sentado na fileira atrás de onde parte da aeronave caiu e deixou um buraco do tamanho de uma porta no voo 1282 da Alaska Airlines em 5 janeiro, de acordo com um comunicado de imprensa do advogado Timothy Loranger. O advogado, que entrou com o processo, disse que o ar saiu pelo buraco, puxando Tran e outros que estavam por perto.>
A sucção rasgou os sapatos e as meias de Tran e ele sentiu seu corpo levantar do seu assento, disse o comunicado de imprensa, acrescentando que o pé do passageiro ficou ferido quando foi empurrado para dentro da estrutura do assento à sua frente.>
"Nossos clientes - e provavelmente todos os passageiros daquele voo - sofreram traumas desnecessários devido à falha da Boeing, Spirit AeroSystems e Alaska Airlines em garantir que a aeronave estivesse em condições seguras e navegáveis", disse Loranger.>
O processo busca danos punitivos, compensatórios e gerais por suposta negligência, responsabilidade de construção/fabricação de produtos e falha no dever de proteger os passageiros de danos>
Histórico do caso>
Os primeiros seis minutos do voo de Portland, no Oregon, para o Aeroporto Internacional de Ontário, no sul da Califórnia, foram rotineiros, com o Boeing 737 Max 9 na metade de sua altitude de cruzeiro e viajando a mais de 400 mph (640 km / h). Em seguida, o pedaço de fuselagem cobrindo uma saída de emergência inoperante atrás da asa esquerda explodiu. Os pilotos fizeram um pouso de emergência retornando a Portland. Ninguém ficou gravemente ferido.>
Outra ação judicial contra a Boeing e a Alaska Airlines foi apresentada no mês passado em nome de outros 22 passageiros no voo, também acusando as empresas de negligência.>
Em um relatório preliminar no mês passado, o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes disse que quatro parafusos que ajudam a manter o plugue da porta no lugar estavam faltando depois que o painel foi removido para que os trabalhadores pudessem reparar rebites danificados nas proximidades em setembro passado. Os reparos de rebites foram feitos por empreiteiros que trabalhavam para a Spirit AeroSystems, fornecedora da Boeing.>
A Boeing, sob crescente escrutínio desde o incidente, reconheceu em uma carta ao Congresso que não pôde encontrar registros de trabalho feitos no painel de portas do avião da Alaska Airlines>
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos também lançou uma investigação criminal. A investigação ajudaria o departamento a avaliar se a Boeing cumpriu um acordo que concluiu uma investigação federal sobre a segurança de sua aeronave 737 Max após dois acidentes mortais em 2018 e 2019. >