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Da Redação
Publicado em 18 de junho de 2020 às 06:35
- Atualizado há 2 anos
O número de pessoas no mundo em deslocamento forçado – causado por guerras, conflitos e perseguições – atingiu um patamar sem precedentes no final de 2019: 79,5 milhões ou cerca de 1% da população mundial. Em 2010, esse número era 41 milhões. Os dados, divulgados hoje (18), estão no relatório Tendências Globais, da Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).>
De acordo com o documento, das 79,5 milhões de pessoas deslocadas forçadamente, 45,7 milhões tiveram que fugir para regiões dentro de seus próprios países, 29,6 milhões estavam reconhecidas como refugiadas fora do país de origem e 4,2 milhões aguardavam o resultado de pedidos de reconhecimento da condição de refúgio. Segundo a Acnur, o número de crianças deslocadas é de 30 a 34 milhões, equiparável à populações da Austrália, Dinamarca e Mongólia juntas. >
De acordo com a agência da ONU, o forte aumento no número de deslocados (de 41 milhões em 2010 para 79,5 no final de 2019, um aumento de 93,9%) está relacionado principalmente aos deslocamentos que ocorreram em 2019, particularmente na República Democrática do Congo, na região do Sahel, no Iêmen e na Síria – que entrou em seu décimo ano de conflito e contabiliza, sozinha, 13,2 milhões de pessoas refugiadas, solicitantes da condição de refugiado ou pessoas deslocadas internamente, totalizando um sexto dos deslocados no mundo.>
A Acnur destaca ainda a situação dos venezuelanos fora do país, “muitos dos quais não estão legalmente registrados como refugiados ou solicitantes de refúgio, mas para quem são necessários sensíveis arranjos que assegurem sua proteção”.>
De acordo com a agência da ONU, 80% das pessoas deslocadas forçadamente no mundo estão em países ou territórios afetados por grave insegurança alimentar e desnutrição. Mais de três quartos dos refugiados do mundo (77%) estão em situações de deslocamento de longo prazo como, por exemplo, no Afeganistão, na quinta década de conflito. A Acnur ressalta também que cerca de 85% dos refugiados estão em países em desenvolvimento, geralmente em um país vizinho ao de onde fugiram. >
O relatório ainda mostra que cinco países contabilizam dois terços das pessoas deslocadas forçadamente, além das fronteiras nacionais: Síria, Venezuela, Afeganistão, Sudão do Sul e Mianmar.>