Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Carol Neves
Publicado em 22 de janeiro de 2025 às 13:59
O príncipe Harry e o conglomerado de mídia News Group Newspapers (NGN), de Rupert Murdoch, chegaram a um acordo e encerraram o processo que começaria em Londres nesta terça-feira (21). O acordo foi alcançado após o grupo de mídia se desculpar publicamente com Harry e admitir que atividades ilegais ocorreram no "The Sun", um dos tabloides que faz parte do NGN. Embora o valor do pagamento não tenha sido revelado, agências internacionais informaram que a quantia seria de cerca de oito dígitos.
David Sherborne, advogado do Duque de Sussex, anunciou no Tribunal Superior de Londres que o NGN fez um "pedido de desculpas completo e inequívoco" pela "séria intrusão" na vida privada de Harry entre 1996 e 2011. Por anos, a empresa negou as alegações de práticas ilegais, apesar de ter desembolsado mais de 1 bilhão de libras (aproximadamente R$ 7,42 bilhões) em acordos para resolver casos relacionados a grampos telefônicos.
O acordo impede que o tribunal decida sobre as acusações de uso de grampos telefônicos e outras atividades ilegais, além de um suposto encobrimento envolvendo executivos de alto escalão do NGN.
Após o acordo, Harry e Tom Watson, ex-deputado e outro reclamante no caso, publicaram um comunicado dizendo que a admissão de culpa pelo NGN foi uma "vitória monumental". No texto, afirmaram: "Hoje, as mentiras foram reveladas. Hoje, os encobrimentos foram expostos. E o dia de hoje prova que ninguém está acima da lei. Chegou a hora da responsabilização."
O NGN também se desculpou publicamente por suas ações. Em um comunicado lido pelo advogado de Harry, o grupo expressou pesar pela "grave intromissão" de "The Sun" na vida privada de Harry e sua mãe, Diana, princesa de Gales, especialmente durante a juventude do príncipe. A empresa também ofereceu desculpas a Watson, reconhecendo a "intromissão injustificada" em sua vida privada enquanto ele estava no governo entre 2009 e 2011, com jornalistas do extinto tabloide "News of the World" colocando-o sob vigilância. O grupo concordou em pagar "danos substanciais" a Watson, embora os termos do acordo não tenham sido divulgados.