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Carol Neves
Publicado em 30 de março de 2025 às 11:52
O número de vítimas do terremoto de magnitude 7.7 em Mianmar subiu para pelo menos 1.700 mortos e 3.400 feridos, segundo balanço divulgado neste domingo (30) pelo governo militar. O general Min Aung Hlaing, líder da junta no poder, admitiu que o número pode aumentar e destacou os desafios para coordenar os esforços de resgate em meio à destruição de infraestruturas críticas. >
O terremoto, um dos mais fortes registrados no país neste século, danificou pontes, rodovias, aeroportos e ferrovias, dificultando o acesso de equipes de socorro. Em áreas próximas ao epicentro, como Sagaing, moradores relataram à Reuters a ausência de assistência governamental: "Não recebemos nenhuma ajuda e não há equipes de resgate à vista", desabafou o residente Han Zin. >
A Federação Internacional da Cruz Vermelha alertou sobre necessidades humanitárias crescentes, enquanto a ONU destacou a superlotação em hospitais de Mandalay e Naypyitaw. Imagens de satélite revelaram o colapso de uma ponte vital sobre o rio Irrawaddy, isolando comunidades. O governo de oposição (NUG) anunciou trégua militar de duas semanas para facilitar ajuda. >
Na Tailândia, o tremor provocou o desabamento de um arranha-céu em construção em Bangkok, matando 18 pessoas. Equipes com cães farejadores e drones continuam buscas por 76 desaparecidos nos escombros. "Temos 72 horas críticas para encontrar sobreviventes", explicou o comandante policial Teerasak Thongmo. >
Enquanto China, Índia e Rússia enviam equipes de resgate, o Serviço Geológico dos EUA estima que as mortes em Mianmar possam ultrapassar 10 mil. O desastre agrava a crise em um país já devastado por conflitos pós-golpe de 2021, com 3.5 milhões de deslocados e sistema de saúde colapsado.>