Mutação genética faz com que alguns cães engordem e tenham ‘fome sem fim’

Pesquisa da Universidade de Cambridge revelou o que está por trás da obesidade canina

  • Foto do(a) author(a) Da Redação
  • Da Redação

Publicado em 10 de março de 2024 às 07:59

Labrador é uma das raças que mais têm tendência à obesidade no mundo
Labrador é uma das raças que mais têm tendência à obesidade no mundo Crédito: Shutterstock

Uma pesquisa da Universidade de Cambridge revelou por que alguns cães da família dos retrievers engordam com tanta facilidade. Trata-se de uma mutação genética, que faz com que alguns desses animais tenham fome constantemente, mas queimem menos calorias.

Essa mutação do gene conhecido como POMC que faz com que o pet nunca se sinta saciado e tenha menos gasto energético foi encontrada em um em cada quatro labradores e em 66% dos retrievers "flat-coated".

"Isso nos mostra o poder de nossos genes para mudar como nos sentimos em relação à comida", diz o estudo.

A doutora Eleanor Raffan, da Universidade de Cambridge, diz que os cães, assim como os humanos, têm genes que influenciam diretamente em como eles despertam interesse pela alimentação quanto a taxa metabólica.

"Se recebermos uma genética que faz com que a gente sinta fome ou vontade de comer, é preciso um esforço maior para nos mantermos magros", disse em entrevista à BBC News.

Os cães com essa mutação no gene POMC, segundo explica ela, não apenas sentem realmente mais fome, como gastam cerca de 25% menos calorias quando estão em repouso.

Ao todo, mais de 80 labradores participaram do estudo. A raça foi escolhida por ter os mais altos níveis de obesidade do mundo.

A pesquisa, publicada na revista Science Advances, foi financiada pelo Wellcome Trust e pelo Dogs Trust.