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Carol Neves
Publicado em 14 de abril de 2025 às 09:05
O cientista Hugh Montgomery, diretor do Centro de Saúde e Desempenho Humano da University College London, fez um alerta contundente durante o Forecasting Healthy Futures Global Summit no Rio de Janeiro. Segundo suas pesquisas, o planeta caminha para uma extinção em massa "a maior e mais rápida que o planeta já viu" se não forem revertidos os efeitos das mudanças climáticas. As informações são de O Globo.>
Montgomery, coautor do relatório de 2024 sobre saúde e clima publicado na The Lancet, comparou o cenário atual ao Período Permiano (entre 299 e 251 milhões de anos atrás), quando condições extremas eliminaram 90% das espécies. O ponto crítico seria atingido com aumento de 3°C na temperatura média global - atualmente, o planeta já registra 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, com projeção de 2,7°C até 2100 mantido o atual ritmo de emissões. >
"Emitimos 54,6 bilhões de toneladas de CO₂ equivalente em 2023, aumento de quase 1% em relação a 2022", alertou o pesquisador. Ele destacou que entre 1,7°C e 2,3°C de aquecimento já ocorreria o colapso das camadas de gelo do Ártico e desaceleração da Circulação Meridional do Atlântico, elevando o nível do mar em metros nas próximas décadas. >
Embora defenda medidas de adaptação aos impactos climáticos já em curso, Montgomery é enfático: "Não faz sentido focar apenas no alívio dos sintomas quando deveríamos estar buscando a cura". Para o cientista, a redução drástica e imediata das emissões continua sendo a prioridade absoluta para evitar o cenário catastrófico.>