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Estadão
Publicado em 29 de fevereiro de 2024 às 21:24
O grupo terrorista Hamas acusou Israel de matar dezenas de pessoas que aguardavam o recebimento de ajuda humanitária na Cidade de Gaza, maior cidade do enclave palestino, nesta quinta-feira, 29. De acordo com o ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas, 104 pessoas morreram e 760 ficaram feridas. >
As autoridades israelenses reconheceram que as Forças de Defesa de Israel (IDF) atiraram contra palestinos, mas que só fizeram isso depois que uma multidão se aproximou de forma ameaçadora. Tel-Aviv ressaltou que as mortes ocorreram em uma confusão durante a entrega de ajuda humanitária para os civis palestinos e que os soldados israelenses dispararam tiros para o ar e contra as pernas dos residentes para que não se aproximassem dos caminhões.>
A Cidade de Gaza e o norte do enclave palestino foram os primeiros alvos da ofensiva israelense em Gaza que já deixou mais de 30 mil mortos, segundo o ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas. A guerra começou no dia 7 de outubro, quando terroristas do Hamas invadiram o território israelense e mataram 1.200 pessoas no pior ataque terrorista da história de Israel e o pior contra judeus desde o Holocausto.>
Depois de quase cinco meses de guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, a ONU calcula que 2,2 milhões de pessoas, ou seja, a grande maioria da população do enclave palestino, correm o risco de morrer de fome na Faixa de Gaza, especialmente no norte, onde a destruição e os combates praticamente impossibilitam a entrega de ajuda humanitária.>
As Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram que investigações iniciais sobre o caso apontam que 30 caminhões com ajuda humanitária entraram no enclave palestino pela passagem de Kerem Shalom e que ao chegarem a Cidade de Gaza, pessoas armadas começaram a caminhar em direção aos caminhões e saquearam a ajuda humanitária. Neste momento, uma multidão começou a se aproximar da área.>
"Esta manhã, caminhões de ajuda humanitária entraram no norte de Gaza, os residentes cercaram os caminhões e saquearam os suprimentos que estavam sendo entregues. Como resultado do empurra-empurra, pisoteamento e atropelamentos pelos caminhões, dezenas de habitantes de Gaza foram mortos e feridos", diz o comunicado da IDF.>
Um médico do hospital Al Shifa na Cidade de Gaza afirmou que os soldados atiraram em "dezenas de cidadãos" que correram na direção dos caminhões de ajuda. Testemunhas relataram à AFP que viram milhares de pessoas correndo na direção dos caminhões de ajuda humanitária que se aproximavam de uma rotatória na parte oeste da Cidade de Gaza.>
Cessar-fogo>
Arábia Saudita, Egito e Jordânia acusaram Israel de ter como objetivo a morte de civis. Em declarações separadas, os países apelaram para um aumento das passagens seguras para o fluxo de ajuda humanitária. Os países árabes também pediram ajuda da comunidade internacional para tomar medidas decisivas que pressionem Israel a respeitar o direito internacional e a chegar a um acordo para um cessar-fogo imediato.>
Em um comunicado condenando o ataque de quinta-feira, o grupo terrorista Hamas disse que não permitirão que as negociações de cessar-fogo "sejam um disfarce para o inimigo continuar os seus crimes".>
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que os EUA estavam tentando determinar o que havia acontecido na Faixa de Gaza. Questionado sobre a possibilidade de o incidente prejudicar um acordo de cessar-fogo, Biden afirmou que acredita que esta possibilidade é alta.>