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Carol Neves
Publicado em 28 de janeiro de 2025 às 11:05
Em 2013, Chloe Clem, então com dois anos, protagonizou um vídeo que se tornaria um fenômeno viral. Sua mãe, Katie Clem, decidiu levar a família à Disneylândia e gravou o momento em que as filhas descobriam a surpresa. O vídeo rapidamente se espalhou e o rosto de Chloe, com sua expressão de surpresa e ceticismo, transformou-se no meme "Side Eyeing Chloe" ("Chloe olhando de lado", livremente traduzido). Desde então, o vídeo acumulou mais de 24 milhões de visualizações, e o meme passou a ser utilizado para expressar indiferença ou pouca emoção, mantendo sua popularidade até hoje. >
Na época, a fama trouxe benefícios financeiros para a família, que enfrentava dificuldades financeiras. Em conversa com a revista People, Katie conta que o sucesso repentino permitiu que eles pagassem as contas, economizassem e até começassem a planejar o futuro de Chloe, como sua educação e casamento. Além disso, a exposição levou a convites para a Dream Suite da Disneylândia, viagens internacionais e até contratos com grandes empresas, como o Google Pixel. Em 2021, a imagem de Chloe foi vendida como um NFT por US$ 74.000, e o canal de YouTube da família alcançou 300 mil inscritos.>
No entanto, à medida que Chloe crescia, Katie começou a refletir sobre os efeitos dessa exposição. Ela reconhece que, quando gravaram os primeiros vídeos, as filhas eram pequenas demais para consentir, e foi só depois que percebeu que a constante exposição estava afetando o bem-estar de suas filhas. Katie admite que sente culpa por ter compartilhado tanto da vida delas na internet. "Sinto uma culpa terrível", diz ela. Hoje, ela se arrepende de ter exposto a vida de suas filhas e reconhece que, embora o dinheiro tenha ajudado, a privacidade das crianças não deveria ter sido comprometida em nome da popularidade e dos negócios familiares.>
Especialistas alertam para os riscos do "sharenting" (compartilhar imagens de filhos nas redes sociais), apontando que muitos pais agem de maneira sem considerar os efeitos negativos dessa exposição. >
Apesar das reflexões e arrependimentos, Chloe, agora com 14 anos, lida com sua fama de maneira calma. Embora tenha uma conta no Instagram com mais de 600 mil seguidores, onde compartilha fotos de sua vida cotidiana, ela vê os vídeos antigos como parte de sua infância, como uma memória compartilhada com o público. Embora não se sinta famosa, ela reconhece que, por causa do meme, muita coisa ainda acontece em sua vida.>
Katie, por sua vez, continua acompanhando de perto as redes sociais da filha, já que, como ela mesma afirma, a privacidade e o bem-estar de Chloe sempre serão sua prioridade agora. Ao refletir sobre sua jornada, Katie admite que, embora não saiba se teria feito as coisas de maneira diferente, sua visão mudou ao longo dos anos. Ela se arrepende da exposição excessiva, mas, ao mesmo tempo, reconhece que, de algum modo, isso mudou a vida de sua família para sempre. “Tudo o que sei é que meus sentimentos mudaram drasticamente em relação à situação”.>