Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 16 de fevereiro de 2016 às 18:27
- Atualizado há 2 anos
Sue Klebold e Dylan (Foto: Arquivo pessoal/família Klebold)A mãe de um dos atiradores de Columbine quebrou anos de silêncio para relembrar sua experiência. No episódio, dois adolescentes planejaram e executaram um ataque a uma escola de ensino médio em Denver, no Colorado, deixando 12 alunos e um professor mortos.
Sue Klebold relembrou o episódio em que seu filho, Dylan, executou o terrível ataque ao lado do colega Eric Harris. "Eu passei meses sem acreditar. E quando eu soube que o plano inicial deles era matar todo mundo... Quando eu pensei na magnitude daquilo, eu pensei que eu não fosse sobreviver", conta Sue, que afirmou que chegou a desejar que o filho morresse no massacre - Dylan, 17, e Eric, 18, se mataram na biblioteca após o ataque.
Sue conta que quando passa pelo memorial aos estudantes tem conversas imaginárias com os alunos e professor mortos. “Sem o restante do mundo, sem os pais, sem os advogados, sem a comunidade. Eu digo que quero que saibam que estou pensando neles. E que pensarei neles para sempre.”
Ela também fala da dificuldade para lidar com o suicídio do filho e de como sua família passou por um pesadelo com tudo. A história é relembrada em um livro que ela lança agora, "A Mother's Reckoning: Living in the Aftermath of the Columbine Tragedy" (em tradução livre, O acertar de contas de uma mãe - vivendo depois da tragédia de Columbine).Dylan Klebold (Foto: Reprodução)“Hoje eu consigo ver que havia sinais (de que o filho tinha problemas). Ele havia sido preso, tinha problemas na escola. Mas eu não percebi que essas coisas eram sinais de um problema mental. Por isso eu escrevi esse livro, para mostrar que quando as crianças demonstram irritação, talvez não seja o caso de dar broncas. Talvez seja um sinal de que elas estão doentes", escreve Sue.
Ela relembra que quando soube pelo noticiário que Dylan era um dos suspeitos, já estava com a polícia em sua casa. Foi nesse momento que ela desejou que o filho morresse. "Rezei para ele morrer. Algo tinha de pará-lo. Eu demorei meses pra acreditar. Vivi meses de negação extrema. Uma das coisas mais difíceis foi saber que eles iam explodir a escola inteira". Apesar disso, ela afirma que não desejava que o filho não tivesse existido. Ela escreve que seria melhor para o mundo se Dylan não tivesse nascido – mas não para ela.
Seis meses após a tragédia, Sue e o então marido, Tom, descobriram que há dois anos Dylan tinha tendências suicidas e pensava em morrer. Desde então, os dois passaram a se dedicar a ajudar famílias de crianças que se suicidaram e a tentar prevenir suicídios. Os lucros do livro serão destinados para organizações que trabalham com saúde mental.