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228 pessoas morreram
Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2023 às 12:48
- Atualizado há um ano
A Justiça francesa decidiu absolver a Air France e a Airbus sobre a queda do voo 447, que saiu do Rio de Janeiro com destino à França, e caiu no meio do Oceano Atlântico, em 2009, deixando 228 mortos. A decisão é desta segunda-feira (17).
O tribunal considerou que não foi possível demonstrar relação de causalidade com o acidente. A ocorrência foi a que causou mais mortes na história da aviação francesa.
As caixas-pretas confirmaram que o acidente aconteceu por conta do congelamento congelamento das sondas de velocidade quando o avião estava em voo de cruzeiro numa zona com condições meteorológicas diversas. O problema levou os aparelhos a relatarem informações de altitude incorretas, e os pilotos perderam o controle da aeronave.
Investigações relataram que danos parecidos nas sondas aconteceram antes do acidente, o que levantou questionamentos sobre o papel das empresas no ocorrido.
O acidente Em 1º de junho de 2009, o voo AF447 caiu no Oceano Atlântico, quase quatro horas após a decolagem, matando seus 216 passageiros e 12 tripulantes. Entre as vítimas, 58 eram brasileiras. Os primeiros corpos e restos da aeronave foram encontrados dias depois, mas as caixas pretas foram só foram localizadas em abril de 2011, a uma profundidade de 3.900 metros, na quarta fase das buscas. Os pilotos foram surpreendidos pelo congelamento das sondas que medem a velocidade do avião, o que provocou o desligamento repentino do piloto automático. As caixas pretas confirmaram que eles ficaram desorientados pela falha técnica. A queda do avião ocorreu em menos de cinco minutos. Embora os juízes de instrução tenham indeferido o caso em 2019, os familiares das vítimas e os sindicatos de pilotos recorreram e, em maio de 2021, a Justiça enviou ambas as empresas a julgamento por homicídio culposo. Para o tribunal de recurso, que revogou o arquivamento do processo, a Air France não implementou "treinamento adaptado" ou as "informações" necessárias para que os pilotos pudessem "reagir" a essa falha técnica. A Airbus em si está sendo julgada por "subestimar a gravidade" das falhas nas sondas de velocidade e não tomar as medidas necessárias para informar as tripulações sobre a urgência e treiná-las de forma eficaz. As falhas nesses equipamentos se multiplicaram nos meses anteriores ao acidente. Após a catástrofe sobre o Atlântico, o modelo mudou em todo o mundo. A tragédia também levou a outras modificações técnicas no campo da aeronáutica e reforçou o treinamento para perda de altitude e à tripulação.