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Carol Neves
Publicado em 15 de abril de 2025 às 09:03
A juíza federal Indira Talwani suspendeu a revogação em massa do status migratório de mais de 530 mil imigrantes humanitários nos Estados Unidos, em decisão que representa um revés para a política de imigração do governo Trump. O caso afeta principalmente cidadãos de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela beneficiados por programas de acolhimento. >
Em sua decisão, Talwani determinou que "o Término dos Processos de Liberdade Condicional para Cubanos, Haitianos, Nicaraguenses e Venezuelanos [...] está suspenso aguardando nova ordem judicial na medida em que revoga, sem revisão caso a caso, a liberdade condicional previamente concedida". O programa, criado pelo governo Biden em 2023, permitia que imigrantes se registrassem via aplicativo para regularização. >
A decisão judicial ocorre semanas após o governo Trump ordenar que esses imigrantes deixassem o país - medida agora bloqueada. Um funcionário da administração classificou a decisão como "pura tirania sem lei" em declaração à Fox News. Já defensores de imigrantes comemoraram o resultado. Karen Tumlin, do Justice Action Center, afirmou: "Nossos representados fizeram tudo o que o governo exigiu, e é gratificante ver que o tribunal não permitirá que o governo descumpra sua parte". >
Controvérsia sobre imigrantes "mortos">
O caso ocorre paralelamente à revelação de que o governo Trump classificou mais de 6 mil imigrantes vivos como falecidos em bancos de dados oficiais - prática que cancela automaticamente benefícios sociais e direitos trabalhistas. Documentos obtidos pela Associated Press indicam que a medida teria como objetivo pressionar a saída dessas pessoas do país, já que ficariam impossibilitadas de trabalhar ou acessar serviços básicos. >
As políticas migratórias permanecem como um dos eixos centrais da disputa eleitoral americana, com o governo Trump ampliando restrições enquanto grupos de defesa dos imigrantes acionam o Judiciário para frear as medidas. A decisão de Talwani mantém temporariamente a proteção para meio milhão de pessoas, mas a batalha legal deve continuar nos tribunais federais.>