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Carol Neves
Publicado em 25 de março de 2025 às 13:50
Em uma revelação surpreendente, o jornalista Jeffrey Goldberg, editor-chefe da revista "The Atlantic", contou que teve acesso a mensagens ultrassecretas sobre planos de guerra dos Estados Unidos contra os rebeldes Houthis no Iêmen, após ser adicionado por engano a um grupo de conversas do governo Trump. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (24), no site da revista. >
De acordo com Goldberg, ele ficou incrédulo ao perceber que estava recebendo mensagens de altos funcionários do governo, como o secretário de Estado Marco Rubio, o secretário de Defesa Pete Hegseth e até o vice-presidente JD Vance. “Eu tinha várias dúvidas sobre se esse grupo era real”, escreveu o jornalista na reportagem publicada pela "Atlantic".>
A veracidade das mensagens foi confirmada quando os ataques dos Estados Unidos começaram, com bombardeios sobre alvos Houthis no Iêmen, em 15 de março. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Brian Hughes, confirmou que as mensagens parecem ser autênticas, mas afirmou que a Casa Branca está revisando como Goldberg foi incluído no grupo de mensagens, utilizando o aplicativo Signal, que não é autorizado para a troca de informações sigilosas.>
O episódio gerou críticas de especialistas, com o "New York Times" classificando-o como “uma falha extraordinária” de segurança. A troca de mensagens no grupo abordava assuntos sensíveis, como o planejamento de bombardeios contra os Houthis, que têm atacado o porto israelense de Eliat e colaborado com o Irã e o Hamas.>
Em determinado momento, Vance e Hegseth expressaram seu desprezo pela Europa, que se beneficia das campanhas militares dos EUA, sem oferecer contrapartidas suficientes, conforme as críticas no grupo. No dia 15 de março, Hegseth revelou informações operacionais sobre os ataques, mas Goldberg optou por não divulgar esses detalhes para proteger a segurança das operações militares americanas.>
O jornalista só confirmou a autenticidade das mensagens após verificar a repercussão dos ataques no Twitter, coincidindo com as informações recebidas no grupo. “A troca de mensagens parece ser autêntica, e estamos revisando como um número inadvertido foi adicionado ao grupo", afirmou Hughes.>
Na matéria, Goldberg destacou que os membros do grupo poderiam ter violado a Lei de Espionagem de 1917, que pune quem coloca em risco informações sensíveis relacionadas à segurança nacional dos Estados Unidos.>