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Monique Lobo
Publicado em 14 de janeiro de 2025 às 17:28
Após apresentadoras argentinas criticarem a atriz Fernanda Torres, que venceu o Globo de Ouro de melhor atriz de filme de drama com o longa "Ainda Estou Aqui", foi a vez do longa receber críticas ácidas do jornal francês Le Monde.
O vespertino trouxe uma matéria de página inteira assinada pelo crítico Jacques Mandelbaum. No texto, Mandelbaum desaprovou o que chamou de "focalização melodramática" na figura de Eunice Paiva. Para ele, o filme passou "com um traço leve demais pela compreensão do mecanismo totalitário".
Sobre Fernanda Torres, o autor disse que sua atuação foi "passavelmente monocórdia". A palavra significa algo monótono, enfadonho, sem variação. Segundo Mandelbaum, a interpretação de Eunice beirou a uma representação religiosa demais do sofrimento.
Para o filme, o crítico deu apenas uma estrela, de uma escala que vai até quatro.
Outros veículos franceses foram mais generosos com o longa brasileiro. O Le Figaro apontou que o filme retratou "uma cativante e poderosa narrativa histórica". Já o Libération destacou a força e emoção usada pelo diretor Walter Salles ao narrar o “luto impossível” vivido pela família Paiva. O Positif avaliou o filme como "ao mesmo tempo intimista e universal". O L’Humanité celebrou o longa como um “drama e thriller político monumental e comovente”.
Tiveram ainda publicações que se renderam a atuação de Fernanda Torres. O Sud Ouest descreveu a atuação da brasileira como “um magnífico retrato de Eunice Paiva”. A revista Telerama escreveu: "Fernanda Torres está extraordinária".
É importante lembrar que o filme brasileiro é visto como o principal concorrente do filme francês "Emilia Pérez" na disputa pela categoria de melhor longa internacional no Oscar.