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Estadão
Publicado em 23 de janeiro de 2024 às 17:16
O grupo terrorista Hamas rejeitou uma proposta israelense de um cessar-fogo de dois meses nesta terça-feira, 23. De acordo com a proposta de Tel-Aviv, o Hamas libertaria reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos em Israel.
A informação foi confirmada por uma autoridade do Egito, país que está participando das negociações, em entrevista à agência de notícias Associated Press. Segundo a fonte, que teve a sua identidade preservada, os líderes do grupo terrorista Hamas se recusaram a deixar a Faixa de Gaza como parte do acordo e demandaram a saída das forças israelenses do enclave palestino, além do retorno de todos os palestinos que tiveram que sair de suas casas por conta da guerra na Faixa de Gaza.
Israel não confirmou que o grupo terrorista Hamas teria recusado uma proposta de cessar-fogo. A emissora israelense Canal 12 apontou que Israel ainda não recebeu a notícia da recusa do grupo terrorista Hamas. Segundo a proposta israelense, o líder do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, e outras autoridades do grupo terrorista seriam autorizadas a saírem do enclave e se instalarem em outros países. O Hamas possui um escritório político em Doha, no Catar, que tem contribuído com as negociações entre as duas partes.
A notícia ocorre em meio a pressão de familiares dos reféns israelenses para que o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, consiga um acordo para o retorno de todos os sequestrados a Israel. Em um pronunciamento no domingo, 21, Netanyahu rejeitou um acordo para libertar os reféns. "Só a vitória total garantirá a eliminação do Hamas e o regresso de todos os nossos reféns", disse o primeiro-ministro em um comunicado. Na segunda-feira, 22, dezenas de parentes de reféns invadiram uma reunião do comitê parlamentar, exigindo um acordo para obter a libertação de seus entes queridos.
Proposta israelense
O portal americano Axius apontou na segunda-feira que Israel havia submetido uma proposta para a libertação dos reféns por meio de intermediários do Egito e Catar. De acordo com a proposta, as Forças de Defesa de Israel (FDI) iriam pausar a ofensiva no enclave palestino em troca da libertação dos 136 reféns que estão em Gaza.
Pela proposta, Israel gostaria que o grupo terrorista Hamas libertasse primeiro as mulheres e crianças que seguem em Gaza, além de homens com mais de 60 anos e reféns doentes. Depois, o grupo terrorista Hamas libertaria mulheres que fazem parte das forças israelenses, homens civis com menos de 60 anos, e depois soldados israelenses e os corpos dos sequestrados que morreram em Gaza.
Israel libertaria prisioneiros palestinos importantes que seriam acordados entre o grupo terrorista Hamas e Tel-Aviv. Além da saída das forças do país do Oriente Médio, os palestinos que foram retirados de suas casas no norte de Gaza poderiam retornar gradualmente. O número de prisioneiros palestinos que seriam liberados não ficou claro, mas seria um número significativo.
Mortes em Gaza
A recusa do grupo terrorista Hamas para a proposta israelense ocorre no mesmo dia em que o Exército israelense anunciou a morte de 24 soldados na Faixa de Gaza, no ataque mais mortal contra suas forças na guerra de três meses contra o grupo terrorista Hamas em uma explosão nas proximidades da fronteira entre o enclave palestino e Israel.
Os soldados estavam preparando explosivos para demolir dois prédios no centro de Gaza na segunda-feira, 22, quando um terrorista do Hamas disparou uma granada propelida por foguete contra um tanque nas proximidades, disse o contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz do Exército. A explosão acionou os explosivos, fazendo com que os dois prédios de dois andares desabassem sobre os soldados que estavam lá dentro.
Hagari apontou que os soldados, que eram reservistas, trabalhavam para remover edifícios e infraestrutura do grupo terrorista Hamas de perto da fronteira entre Israel e Gaza, para que as pessoas pudessem regressar em segurança às suas casas no sul de Israel.
A população israelense que vive próxima da fronteira entre Israel e o enclave palestino foi retirada da região após o inicio da guerra no dia 7 de outubro, quando terroristas do Hamas invadiram o território israelense e mataram mais de 1.200 pessoas, além de terem sequestrado 240. Após o ataque, as forças israelenses iniciaram uma ofensiva contra o Hamas em Gaza, com bombardeios aéreos e invasão terrestre. Segundo o ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo grupo terrorista, mais de 25 mil pessoas morreram no enclave palestino desde o inicio da guerra.