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Carol Neves
Publicado em 31 de março de 2025 às 09:04
Cientistas descobriram que o cérebro entra em uma fase de envelhecimento acelerado a partir dos 44 anos, quando as redes neurais começam a se deteriorar. Esse processo se intensifica até por volta dos 67 anos e, depois, estabiliza gradualmente até os 90 anos.>
A chamada "janela crítica" do envelhecimento cerebral foi identificada por meio de ressonâncias magnéticas funcionais (fMRI) de mais de 19 mil pessoas. O estudo, publicado na Academia Nacional de Ciências dos EUA, mostrou que a resistência neuronal à insulina é um dos principais fatores que aceleram esse declínio. >
Lilianne R. Mujica-Parod, principal autora da pesquisa, explicou. "Identificamos uma janela crítica de meia-idade, na qual o cérebro começa a experimentar um acesso decrescente à energia, mas antes que ocorram danos irreversíveis, essencialmente a 'curvatura' antes da 'quebra'.", disse ela, segundo O Globo.>
Os cientistas também testaram o efeito das cetonas – moléculas que servem como fonte alternativa de energia para o cérebro – em 101 voluntários de diferentes idades. Enquanto pessoas entre 60 e 79 anos não tiveram grandes benefícios, o grupo de 40 a 49 anos apresentou os melhores resultados. >
Apesar das descobertas, os pesquisadores ressaltam que o estudo é preliminar e que mais análises são necessárias. Botond Antal, coautor do trabalho, destacou: "Em vez de esperar pelos sintomas cognitivos, que podem não aparecer até que danos substanciais tenham ocorrido, podemos potencialmente identificar pessoas em risco por meio de marcadores neurometabólicos e intervir durante essa janela crítica.">
Os resultados sugerem que intervenções metabólicas podem ajudar a retardar o envelhecimento cerebral, mas ainda são necessárias novas pesquisas para confirmar essa hipótese.>