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Carol Neves
Publicado em 24 de janeiro de 2025 às 09:34
A start-up alemã Tomorrow.Bio, cofundada pelo engenheiro brasileiro Fernando Azevedo Pinheiro, oferece um serviço que congela corpos humanos por R$ 1,2 milhão, com a esperança de que a tecnologia futura possa ressuscitar as pessoas. A empresa, que possui o primeiro laboratório de criônica da Europa, utiliza a técnica de criopreservação, que resfria o corpo humano com nitrogênio líquido a -196ºC para preservar os tecidos enquanto a ciência avança, na expectativa de que a causa da morte possa ser tratada. As informações são do Uol. >
O procedimento começa no momento em que um médico confirma que o paciente está perto da morte. A empresa envia uma ambulância adaptada para o local, onde a pessoa é imediatamente resfriada e "abastecida" com um fluido crioprotetor. Esse fluido, que substitui a água do corpo, evita a formação de cristais de gelo que poderiam danificar os tecidos. O congelamento é acelerado até atingir -125ºC, depois aprofundado para os -196ºC ao longo de dez dias. O corpo é então transferido para uma unidade de armazenamento na Suíça, onde é mantido em um contêiner isolado a vácuo, cheio de nitrogênio líquido. A empresa afirma que a carne humana pode ser preservada indefinidamente, desde que o nitrogênio seja reposto periodicamente.>
A criopreservação já foi realizada com "três ou quatro pessoas" e até cinco animais de estimação. Atualmente, cerca de 700 pessoas estão cadastradas para passar pelo processo, e a expectativa é que o número cresça, especialmente com a expansão da operação da Tomorrow.Bio para os Estados Unidos. Embora ninguém tenha sido ressuscitado após o congelamento até hoje, a empresa mantém a esperança de que avanços tecnológicos no futuro tornem isso possível.>
A proposta da Tomorrow.Bio é baseada na ideia de "pausa biológica completa", acreditando que a criopreservação permite preservar as pessoas até que a medicina possa reverter sua morte. Contudo, especialistas críticos, como o neurocientista Clive Coen, da Universidade King's College London, ouvido pela BBC, consideram a ideia absurda, pois não há evidências científicas que sugiram que a ressurreição de seres humanos com cérebros complexos seja viável. A decomposição celular que ocorre após a morte seria um obstáculo significativo. No momento que o corpo é reaquecido depois da criptopreservação "toda a decomposição que estava ocorrendo durante a fase inicial após a morte vai começar novamente", diz o cientista. >
Em contraste, a criogenia é vista como uma técnica mais viável para preservar tecidos e órgãos, como um banco de doadores, que poderia ser usado para transplantes no futuro. Embora a criopreservação humana ainda seja uma fronteira distante, pesquisadores avançam com experimentos em roedores. Em 2023, cientistas da Universidade de Minnesota conseguiram armazenar rins de ratos por até cem dias, restaurando sua função após o reaquecimento e o transplante.>
A meta da Tomorrow.Bio é, dentro de um ano, ser capaz de "congelar a identidade e a personalidade" de uma pessoa, preservando sua estrutura neural e memória. Para muitos dos seus clientes, a criopreservação é vista como uma possibilidade de extensão da vida, com algumas pessoas esperando, por exemplo, viajar para o espaço ou superar o medo da morte.>
Em contraste, a criogenia é vista como uma técnica mais viável para preservar tecidos e órgãos, como um banco de doadores, que poderia ser usado para transplantes no futuro. Embora a criopreservação humana ainda seja uma fronteira distante, pesquisadores avançam com experimentos em roedores. Em 2023, cientistas da Universidade de Minnesota conseguiram armazenar rins de ratos por até cem dias, restaurando sua função após o reaquecimento e o transplante.>
A meta da Tomorrow.Bio é, dentro de um ano, ser capaz de "congelar a identidade e a personalidade" de uma pessoa, preservando sua estrutura neural e memória. Para muitos dos seus clientes, a criopreservação é vista como uma possibilidade de extensão da vida, com algumas pessoas esperando, por exemplo, viajar para o espaço ou superar o medo da morte.>