Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Carol Neves
Publicado em 22 de janeiro de 2025 às 08:44
Muitas pessoas têm o hábito de dormir com o celular na cama, ao lado da cabeça ou até mesmo na mão. Esse comportamento é muito comum, mas será que é prejudicial para a saúde? Além de afetar a qualidade do sono (é recomendado evitar o uso do celular pelo menos uma hora antes de dormir), surge a dúvida sobre os possíveis efeitos prejudiciais da radiação emitida pelos aparelhos. As informações são do G1.
A resposta, direta: não, os estudos mais recentes indicam que a radiação dos celulares não tem energia suficiente para causar danos graves à saúde. Ou seja, a radiação emitida pelos smartphones não tem potência para afetar o DNA, o que seria necessário para gerar problemas de saúde, como o desenvolvimento de câncer. Segundo Thiago Celestino Chulam, do A.C. Camargo Cancer Center, ouvido pela reportagem, "não há evidências de que a radiação dos celulares esteja associada ao surgimento de tumores".
Embora os celulares emitam radiação, ela é do tipo chamada radiofrequência, que faz parte de uma faixa de baixa energia dentro do espectro eletromagnético. O espectro eletromagnético é composto por ondas de diferentes energias, que vão desde as de rádio e micro-ondas até a luz visível que podemos enxergar. Celulares de gerações anteriores, como 2G, 3G e 4G, operam em frequências que variam de 0,7 a 2,7 GHz, enquanto a tecnologia 5G pode operar em frequências ainda mais altas, até 80 GHz. No entanto, todas essas frequências estão na categoria de radiações não ionizantes, ou seja, não têm a capacidade de remover elétrons de átomos, o que poderia danificar as células e o DNA.
Em comparação, radiações ionizantes, como as provenientes de raios-X ou radônio, têm alta energia e podem, de fato, alterar o DNA, aumentando o risco de câncer. No entanto, os celulares não emitem radiação ionizante, o que significa que eles não têm a potência necessária para causar danos significativos. Pesquisas científicas têm mostrado que o uso do celular, mesmo por longos períodos, não está relacionado a um aumento no risco de tumores cerebrais. Um estudo realizado com mais de 250 mil pessoas não encontrou qualquer diferença no surgimento de tumores entre aqueles que usaram o celular com mais frequência e os que usaram menos.
Outros impactos
Embora a radiação dos celulares não represente um risco direto de câncer, é importante destacar que o uso excessivo pode impactar outros aspectos da saúde, como a qualidade do sono, o aumento de distúrbios comportamentais e até contribuir para problemas de ansiedade e saúde mental. Por isso, é sempre recomendável moderar o tempo de uso do celular, especialmente antes de dormir.
Para melhorar a qualidade do sono, é importante seguir algumas orientações. Manter uma rotina regular de sono, com horários fixos para dormir e acordar, ajuda o corpo a se ajustar melhor. Também é fundamental criar um ambiente tranquilo e relaxante antes de dormir, como ouvir música calma ou ler um livro. A recomendação de especialistas é que adultos durmam entre sete e nove horas por noite. Além disso, é importante evitar alimentos pesados e estimulantes, como cafeína e álcool, antes de dormir, bem como praticar exercícios regularmente. Desconectar-se de dispositivos eletrônicos, como o celular, pelo menos uma hora antes de ir para a cama é crucial, pois a luz emitida por esses aparelhos pode interferir na produção de melatonina, o hormônio responsável por regular o sono.