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Carol Neves
Publicado em 14 de março de 2025 às 08:16
Uma menina de 10 anos, cidadã dos Estados Unidos, foi deportada para o México junto com seus pais, que não possuíam documentação válida para permanecer no Texas. A criança, que está em tratamento contra um câncer no cérebro, teve seu acompanhamento médico interrompido após a família ser detida em um posto de controle da Imigração no início de fevereiro. >
A menina já havia passado por uma cirurgia para remover o tumor, mas ainda enfrenta complicações, como inchaço cerebral, que afetam sua fala e mobilidade. Antes da deportação, ela fazia consultas regulares com especialistas e tomava medicamentos para controlar convulsões. A mãe relatou à NBC News que a família estava a caminho de Houston, no Texas, para um exame médico de emergência quando foram parados pela polícia de Imigração. >
Danny Woodward, advogado da família, explicou que os pais haviam realizado outras cinco viagens para consultas médicas sem problemas, apresentando cartas de médicos e advogados. No entanto, dessa vez, a documentação não foi suficiente, e eles foram detidos por falta de status migratório válido. A mãe tentou explicar a situação da filha, mas afirmou que os agentes "não estavam interessados em ouvir". >
Após a detenção, a família foi levada a um centro de imigração, onde a mãe e a filha foram separadas do pai e dos outros quatro irmãos, todos nascidos nos EUA. Horas depois, foram deportados para o México, deixados do outro lado da fronteira, sobre o Rio Grande. Passaram uma semana em um abrigo antes de se mudarem para uma casa, onde enfrentam dificuldades, incluindo preocupações com segurança e a interrupção dos estudos das crianças. >
O Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA se recusou a comentar o caso. Enquanto isso, os pais lutam para retornar aos EUA e retomar o tratamento da filha. O casal, que chegou ao país em 2013 em busca de uma vida melhor, ainda tem um filho de 17 anos, nascido no México, que permanece no Texas. >
A situação da família destaca os desafios enfrentados por imigrantes sem documentos, especialmente quando questões de saúde estão envolvidas. "O medo é horrível. É algo frustrante, muito difícil, que você não desejaria a ninguém", desabafou a mãe.>