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Tharsila Prates
Publicado em 31 de janeiro de 2025 às 18:43
O bilionário norte-americano Bill Gates, fundador da Microsoft, lançará na próxima terça-feira (4) a biografia livro Código-fonte: como tudo começou. Nele, fala pela primeira vez da possibilidade de estar no espectro autista.>
No livro, narra um episódio de infância, quando foi levado pela família ao consultório de uma fonoaudióloga para "consertar" a voz estridente. Os pais ouviram da especialista que ele era “retardado” - termo banido hoje em dia.>
Em entrevista ao jornal O Globo, ele diz que já era adulto quando uma pessoa mencionou a possibilidade. "Fui refletindo que minhas habilidades sociais se desenvolveram muito lentamente, sempre fui meio desajeitado. A intensidade que eu tinha dentro de mim, como estudante, fazia com que as coisas fossem mais difíceis. Alguns professores falavam que eu era tão brilhante que deveria ser promovido de série. Outros, porém, falavam que eu era imaturo demais e, por isso, deveria repetir de ano. Tudo era muito contraditório. Nunca tive diagnóstico, ou tomei medicamentos, talvez dissessem que eu tinha TDAH ou estivesse no espectro autista.">
Ele afirmou ainda que até hoje percebe que titubeia um pouco quando precisa refletir sobre certos assuntos. "Isso é o que chamam de “stimming” [comportamento do autismo que ajuda a pessoa no espectro a lidar com as emoções]. Acho que saber disso me ajuda a entender minhas características pessoais. Felizmente hoje em dia as pessoas veem isso, por vezes, como uma benção, desde que seja possível moldar do jeito certo. No meu caso acho que foi uma chave para minhas habilidades, para eu ser louco por softwares.">