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Carol Neves
Publicado em 11 de março de 2025 às 08:02
No dia da posse de Donald Trump, em 20 de janeiro, alguns dos bilionários mais ricos do mundo, como Elon Musk, Jeff Bezos e Mark Zuckerberg, estavam presentes. Na época, estavam aproveitando os ganhos recordes dos mercados de ações. No entanto, sete semanas depois, o cenário mudou drasticamente. Cinco desses bilionários perderam um total combinado de US$ 210 bilhões em riqueza, segundo o Bloomberg Billionaires Index. >
O período entre a eleição e a posse de Trump foi marcado por otimismo nos mercados, com o índice S&P 500 atingindo máximas históricas. A Tesla, de Musk, subiu 98%, enquanto a LVMH, de Bernard Arnault, valorizou 7% na semana anterior à posse, aumentando sua fortuna em US$ 12 bilhões. A Meta, de Zuckerberg, também teve ganhos significativos, mesmo após banir Trump da plataforma em 2021.>
No entanto, as expectativas de que o novo mandato de Trump continuaria a impulsionar os mercados foram frustradas. O S&P 500 caiu quase 7% desde a posse, com demissões em massa e incertezas sobre tarifas afetando as ações. As empresas ligadas aos bilionários presentes na cerimônia perderam US$ 1,43 trilhão em valor de mercado desde 17 de janeiro, o último dia de negociação antes da posse.>
Veja quanto cada um perdeu:>
Elon Musk, CEO da Tesla, atingiu seu pico de riqueza em 17 de dezembro, com um patrimônio líquido de US$ 486 bilhões, a maior fortuna já registrada no índice de bilionários da Bloomberg. Grande parte desse valor veio da valorização das ações da Tesla, que quase dobraram após as eleições. No entanto, desde então, a empresa perdeu todos esses ganhos, reduzindo a fortuna de Musk em US$ 157 bilhões.>
Na Europa, o apoio de Musk a políticos de extrema direita desagradou consumidores, resultando em uma queda de mais de 70% nas vendas da Tesla na Alemanha nos dois primeiros meses do ano. Na China, as remessas caíram 49% no mês passado, atingindo o nível mais baixo desde julho de 2022.>
Jeff Bezos, de 61 anos, que teve desentendimentos com Trump durante seu primeiro mandato, principalmente sobre o serviço postal e a propriedade do *Washington Post*, surpreendeu ao parabenizar o presidente eleito no dia seguinte à eleição, usando a rede social X de Elon Musk. A Amazon, empresa de Bezos, doou US$ 1 milhão para o fundo de posse de Trump em dezembro, e o bilionário jantou com o presidente no mês passado. Na mesma ocasião, ele anunciou que o Washington Post priorizaria liberdades pessoais e mercados livres em sua seção de opinião. Desde 17 de janeiro, as ações da Amazon caíram 15%.>
Sergey Brin, de 51 anos, cofundador do que antes era chamado de Google e ainda detentor de 6% da empresa, participou de um protesto contra a política de imigração de Trump no aeroporto de São Francisco em 2017. No entanto, após a reeleição de Trump em novembro, Brin jantou com o presidente em Mar-a-Lago no mês seguinte. >
As ações da Alphabet, controladora do Google, caíram mais de 7% no início de fevereiro após a empresa não atingir as estimativas de receita trimestral. A Alphabet, que enfrenta pressão do Departamento de Justiça para dividir seu mecanismo de busca, teve representantes se reunindo com o governo na semana passada, pedindo uma abordagem menos agressiva.>
A Meta se destacou como a grande vencedora entre as "sete magníficas" — grupo que inclui Apple, Amazon, Alphabet (Google), Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla — no início do ano. Enquanto o desempenho geral dessas empresas, que impulsionaram grande parte dos ganhos do S&P 500 nos últimos anos, estava estagnado, as ações da Meta subiram 19% entre meados de janeiro e meados de fevereiro. No entanto, desde então, a empresa perdeu todos esses ganhos. O índice das "sete magníficas" caiu 21% desde seu pico em meados de dezembro. >
Bernard Arnault, de 76 anos, cuja família controla o conglomerado de luxo LVMH — dono de marcas como Louis Vuitton e Bulgari —, é amigo de Trump há décadas. Ele chegou a conversar com o então candidato no dia seguinte a uma tentativa de assassinato na Pensilvânia, em julho. >
Após uma queda durante grande parte de 2024, as ações da LVMH subiram mais de 20% desde a eleição até o final de janeiro. No entanto, a empresa perdeu a maior parte desses ganhos posteriormente. Analistas da Morningstar alertaram que tarifas de 10% a 20% sobre bens de luxo europeus poderiam impactar as vendas, que já enfrentam desafios.>