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Alberto Fernández tem celular confiscado após denúncias de violência doméstica contra ex

Ex-presidente da Argentina é acusado pela ex-primeira dama de diversas agressões

  • Foto do(a) author(a) Da Redação
  • Foto do(a) author(a) Estadão
  • Da Redação

  • Estadão

Publicado em 10 de agosto de 2024 às 08:07

Alberto Fernández, ex-presidente da Argentina
Alberto Fernández, ex-presidente da Argentina Crédito: Shutterstock

O ex-presidente da Argentina Alberto Fernández foi alvo de um mandado de busca e apreensão e teve o celular confiscado, após denúncias de violência doméstica contra Fabiola Yañez, ex-primeira dama. O celular foi retido após a Justiça determinar que Fernández fosse proibido de manter contato com a ex-esposa.

Durante a operação, Fernández estava no apartamento, acompanhado por seu meio-irmão Pablo Galindez e algumas poucas pessoas, enquanto os agentes policiais realizavam o procedimento. Os casos de agressão à ex teriam acontecido enquanto Fernández era presidente, mas só vieram à tona esta semana.

A imprensa argentina publicou na quinta-feira, 8, imagens de Fabiola Yañez, ex-primeira-dama do país, com ferimentos como um olho roxo. A divulgação ocorre dois dias depois de Fabiola Yañez denunciar seu ex-marido, Alberto Fernández, ex-presidente da Argentina, em um tribunal por violência de gênero. Fernández, que governou o país de 2019 a 2023, negou todas as alegações e prometeu, por meio de uma publicação em sua conta no X, ex-Twitter, provar sua inocência.

A mulher do ex-presidente argentino, Fabiola Yañez, acusa Alberto Fernández, de agressão.

As imagens foram originalmente publicadas pelo portal Infobae. Depois, foram replicadas pelos principais jornais argentinos, tais como Clarín e La Nacion, ambos tendo como fonte as informações do portal.

As fotos, segundo o Infobae, estavam no celular de María Cantero, ex-secretária de Fernandéz. Elas mostram Fabiola com um olho roxo, e um hematoma em um dos braços, na altura da axila.

Na terça-feira, o tribunal federal de Buenos Aires abriu uma investigação criminal para averiguar as acusações de "terrorismo psicológico", assédio telefônico e abuso físico que teriam sido feitas por Fernández contra Fabiola. Os dois viveram juntos pelo menos oito anos e ela é mãe de um dos filhos do ex-presidente.

Após a audiência, a Justiça expediu uma medida protetiva que impede o ex-presidente de chegar a menos de 500 metros de Fabiola, e de entrar em contato com ela, seja por qual meio for

As imagens

Segundo o Infobae, as imagens foram originalmente enviadas pela ex-primeira-dama para Fernández por WhatsApp.

Segundo o portal, a ex-primeira-dama escreveu em uma das mensagens: "Não funciona assim, você me bate o tempo todo. É incomum. Não posso deixar você fazer isso comigo quando eu não fiz nada com você. E tudo que tento fazer com a mente focada é defender você e você me bater fisicamente. Não há explicação", segundo os prints publicados pelo Infobase.

Depois da repercussão das imagens, a Procuradoria especializada irá entrar em contato com a ex-primeira-dama, que atualmente mora em Madri, na Espanha, para reforçar a sua segurança, segundo informações do Clarín.

Kirchner critica

Cristina Kirchner, que foi vice-presidente de Alberto Fernández, criticou nesta sexta-feira, 9, o antigo aliado, acusado de violência física e assédio contra a ex-mulher Fabiola Yañez. "Alberto Fernández não foi um bom presidente. Tampouco foram Mauricio Macri e Fernando De La Rúa", escreveu Kirchner. Mas as imagens da agressão "são outra coisa", destacou ela que rompeu com o companheiro de chapa ainda durante o governo (2019 a 2023)

"Não apenas mostram a surra que (Fabiola Yañez) recebeu, mas também revelam os aspectos mais sórdidos e sombrios do condição humana. Permitem-nos verificar, mais uma vez e de forma dramática, a situação da mulher em qualquer relação, seja ela num palácio ou numa cabana", afirmou.

Ela encerra dizendo que a misoginia, o machismo e a hipocrisia não têm bandeira partidária e se solidariza com as mulheres vítimas de violência, lembrando da tentativa de assassinato que sofreu há dois anos, quando teve uma arma apontada para a cabeça enquanto falava com apoiadores.

"Sem esquecer as palavras que Francisco me disse no dia seguinte àquele acontecimento: "toda violência física é sempre precedida de violência verbal", conclui referindo-se ao papa.