Empresas e indústrias se adequam aos protocolos sustentáveis

Adotar práticas de ESG e estar de acordo com as metas dos ODS da ONU tornou-se requisito mercadológico

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Publicado em 12 de junho de 2024 às 08:11

Construir uma cultura sustentável em todos os aspectos passou a ser uma condição mercadológica para as empresas
Construir uma cultura sustentável em todos os aspectos passou a ser uma condição mercadológica para as empresas Crédito: Shutterstock

Desacelerar a tripla crise planetária - formada por alterações climáticas, perda da biodiversidade (incluindo desertificação) e poluição/geração de resíduos, além de limitar o aumento da temperatura global - é a necessidade mais urgente do meio ambiente, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Para tanto, a restauração de ecossistemas é a solução e todos são chamados a colaborar com isso, inclusive empresas e indústrias, que devem adequar suas práticas e implementar políticas de ESG (Environmental, Social, Governance / Meio Ambiente, Social e Governança) com o objetivo de atingir as metas dos ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável).

Construir uma cultura sustentável em todos os aspectos passou a ser, na verdade, uma condição mercadológica para as empresas, sobretudo, as indústrias, que têm pretensões de expandir negócios e atuações em âmbitos internacionais. Para orientar e ajudar a conduzir este processo, elas contam com o apoio da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), que, por meio da Gerência de Meio Ambiente e Responsabilidade Social, estabelece uma série de ações como agente indutor de sustentabilidade junto à indústria baiana.

“A gente precisa estar antenado com todos os requisitos, tanto legais quanto mercadológicos, que impactam direitamente nos negócios do estado e, mais especificamente, das indústrias, e sinalizar sempre para as empresas o caminho que elas devem adotar para atingir seus objetivos e ter um ambiente de negócio favorável“, ressalta Arlinda Negreiros, gerente de Meio Ambiente e Responsabilidade Social da FIEB.

Orientação

Além de cursos, capacitações em ESG, seminários, workshops, a FIEB mantém um canal digital onde as empresas podem ter suas dúvidas esclarecidas em relação à legislação ambiental, e há também publicações específicas veiculadas em plataformas sociais, principalmente no LinkedIn - a exemplo do Manual de Licenciamento Ambiental e o Manual Ortoga de Água. “Estamos lançando, em breve, o Manual de Supressão da Vegetação… Tudo no sentido de orientar as empresas em relação a esses procedimentos”, comenta Arlinda.

O trabalho de conscientização é contínuo, porém, o maior desafio hoje das empresas para tornarem-se mais sustentáveis é o financeiro, principalmente as micro e pequenas. As grandes já possuem recursos para a implantação de ações e muitas até já são certificadas. Para apoiar as pequenas, existe um esforço conjunto da FIEB, do Sebrae - através da linha SebraeTec, que ajuda a identificar oportunidades em relação ao desempenho ambiental - e de bancos, que também oferecem linhas de financiamento para implementação de ações com foco em sustentabilidade.

Economia circular

A Tronox desenvolve um projeto voltado para a economia circular, no qual investiu em estrutura e tecnologia para a reutilizar, na indústria da construção civil, o minério não reagido durante o seu processo. O componente passou a ser utilizado na produção de artefatos leves de concreto, como os blocos usados em pavimentação, por ter propriedades fotocatalíticas e capturar poluentes do ar. Este projeto foi destaque no 14º Prêmio Indústria Baiana Sustentável, da FIEB, no ano passado, conquistando o lugar na categoria Tecnologias Sustentáveis.

“Temos um programa robusto de monitoramento ambiental do corpo receptor dos efluentes, além de adotar medidas voltadas para a redução do consumo de água nas plantas industriais”, explica Gabriel a Medina, líder de Meio Ambiente da Tronox no Brasil. As iniciativas da empresa também já geraram reduções de 25% no uso total de energia da planta; de 22% no uso de água e de 84% dos gases de efeito estufa na atmosfera.

Energia elétrica

Desde que adotou o uso de 12 TTs elétricos - tratores utilizados para o transporte interno entre as embarcações e áreas de armazenagem - a empresa Tecom/Wilson Sons, que opera no Porto de Salvador, já economizou uma média de 3 a 3,8 mil litros de diesel por mês desde agosto de 2012. Isso equivale à redução na emissão de aproximadamente 90 toneladas de CO2.

“O uso de energia de terra por nossos rebocadores, nos períodos em que aguardamos pela próxima manobra a ser realizada, garante, em média, 20% de redução das emissões totais de gases de efeito estufa de escopo 1 das nossas operações, podendo chegar a 60% em algumas localidades com menor volume operacional. Trata-se da principal medida de eficiência da nossa agenda de descarbonização em 2024”, ressalta Márcio Castro, diretor-executivo da divisão Rebocadores da Wilson Sons.

Gestão sustentável

A Unipar tem um objetivo muito definido: ser um agente de transformação para o mundo. Para isso selecionou a sustentabilidade como um dos seus pilares estratégicos e adota práticas como reuso de água, uso de energia renovável e redução de emissões. Até 2030, a meta é investir R$ 1,4 bilhão em projetos sustentáveis e de responsabilidade social.

A empresa também está comprometida com a redução de emissões e da pegada de carbono. Para isso busca aumentar sua capacidade de autoprodução de energia. O objetivo é ampliar a eficiência energética, melhorar a competitividade e reduzir custos operacionais.

FIEB elenca principais vantagens paras as empresas em adotar ESG:

  • Redução das diferenças e incentivo à diversidade;
  • Utilização de fontes de energia renovável e materiais mais duráveis;
  • Redução de passivos trabalhistas;
  • Segurança na proteção de dados;
  • Redução de custos com o uso consciente dos recursos naturais;
  • Maior transparência nos processos e decisões;
  • Incentivos fiscais;
  • Total alinhamento com uma agenda global pautada na sustentabilidade do planeta.

✳️ Uma das ferramentas da FIEB para incentivar a adoção de práticas de ESG é o Prêmio Indústria Baiana Sustentável, que, em 2023, teve 94 projetos inscritos e 65 empresas/instituições acadêmicas participantes.

Resultados alcançados pelos 94 projetos participantes do Prêmio Indústria Baiana Sustentável 2023:

  • Valor investido nas ações: R$ 116,5 milhões;
  • Custo evitado (Energia + Água + Resíduo + SSMA): R$ 341 milhões;
  • Número de pessoas impactadas: 1.5 milhões;
  • Renda gerada para o público impactado com as ações: R$ 16 milhões;
  • Quantidade de mudas plantadas: 352 mil;
  • Redução da geração de resíduos: 200 mil toneladas;
  • Redução no consumo de Água: 590 mil l/h;
  • Redução no consumo de energia: 18 mil MWH;
  • Redução na emissão de CO2: 600 mil toneladas.

O projeto Mundo Sustentável é uma realização do Jornal CORREIO com o patrocínio da Tronox, Unipar, apoio institucional da FIEB e apoio da Wilson Sons.

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