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Bruno Wendel
Publicado em 27 de maio de 2024 às 12:42
Paredes cravejadas com tiros de fuzil, casas pichadas com inscrições em referências à facção carioca. Desde que o Comando Vermelho (CV) intensificou seus ataques na região de Subúrbio, no início de abril, moradores não têm um minuto de paz. Os confrontos com a facção BDM deixaram ruas desertas, em especial a Baixada de Mirantes, epicentro dos embates.
De acordo com uma dona de casa da região, os criminosos costumam sair da vegetação para “oprimir os moradores”. “Eles entram nas casas e as pessoas são obrigadas a dar comida, roupa, tudo o que eles querem. Xingam, batem, ameaçam as mulheres de estupro e muito mais. E não podemos falar nada”, declarou.
No último dia 12, os ônibus suspenderam a circulação em parte de Mirantes, por conta de uma operação policial na região. Segundo a secretaria de Mobilidade (Semob), os coletivos que fazem a linha 1620 - Alto de Coutos/ Paripe X Hospital do Subúrbio (Via Mirantes de Periperi) deixaram de circular na Rua Ambrosina Arruda. A Smed também informou que, por conta da sensação de insegurança, a Escola Municipal Mirantes de Periperi teve as atividades suspensas para os 365 alunos.
No dia 15 de abril, moradores ficaram horrorizados com a localização de uma cabeça humana na Rua do Curió. No dia seguinte, um policial do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da Polícia Militar foi baleado durante uma troca de tiros com traficantes no bairro. Ele foi atingido na perna e socorrido para uma unidade de saúde da região. No dia, a PM capturou cinco suspeitos e apreendeu vários itens usados pelos criminosos como fuzil, pistolas e munições.
De lá para cá, além dos tiroteios, áudios e mensagens com ameaças de “arrastão” circulam nos bairros dominados pelo BDM. Com intimidações, moradores de Mirantes de Periperi e também de Altos de Coutos passaram a retornar mais cedo para suas casas.