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Da Redação
Publicado em 25 de julho de 2024 às 14:22
Preso pela morte da menina Aisha Vitória Santos da Silva, de 8 anos, Joseilson Souza da Silva, 43 anos, deu detalhes do crime em depoimento à polícia nesta quinta-feira (25). Ele confessou ter estuprado e assassinado a criança, que era sua vizinha em Pernambués. A confissão teve "riqueza de detalhes", aponta a decisão judicial que ordenou a prisão preventiva do suspeito.
Joseilson disse à polícia que o estupro foi premeditado, "pois já se sentia sexualmente atraído pela vítima". No dia do crime, ele resolveu faltar ao trabalho e ficar esperando por um momento para abordar a garota e atraí-la para sua residência.
O homem confessou que observava a vítima havia algum tempo e sabia sua rotina e seus horários, chegando a furtar uma boneca da filha de uma vizinha para tentar atrair a criança. Ele esperou o momento em que Aisha costumava brincar na praça perto de sua casa para abordá-la. A menina não quis ir com ele, mas ele aproveitou que a rua estava vazia para pegá-la à força.
Dentro da residência, o suspeito estuprou a menina. Depois, decidiu estrangular a garota para que ninguém descobrisse o crime. O corpo de Aisha foi abandonado em cima de um saco de entulho no chão de um beco próximo. Ele jogou os chinelos da criança em cima do telhado de uma casa vizinha.
Só no dia seguinte, ele notou que alguns pertences da menina ainda estavam na sua casa, mas não conseguiu se livrar deles a tempo - quando a polícia fez uma busca, encontrou os objetos e fez a prisão em flagrante.
O acusado ainda assumiu que, em 2015, quando morava em São Gonçalo dos Campos, tentou estuprar uma criança de cinco anos. Ele disse que tem o hábito de "brincar" com crianças de tenra idade, principalmente do sexo masculino.
Prisão mantida
A Justiça decretou a prisão preventiva de Joseilson Souza da Silva, 43 anos, suspeito de matar, de forma brutal, a pequena Aisha Vitória, de 8 anos. A decisão aconteceu na manhã desta quinta-feira (25) após audiência de custódia.
O homem chegou na Vara de Audiência de Custódia às 9h15 e foi conduzido por policiais por uma entrada alternativa, o que evitou o contato com a imprensa, tanto na entrada quanto na saída.
Segundo informações da polícia, Joseilson confessou a agentes que seria responsável pela morte da pequena. Os pais de Aisha chegaram cinco minutos depois na companhia de advogados da família para acompanhar a audiência. Joseilson foi ouvido por 45 minutos.
Antes mesmo da decisão, o advogado da família de Aisha, Gabriel Cortês, deu uma declaração com a expectativa de que a prisão fosse convertida para preventiva. "Temos certeza absoluta de que será convertido sim e Joseilson será encaminhado para penitenciária", disse.
Na saída da Vara de Audiência de Custódia, a família pediu, novamente, a compreensão da imprensa para não se manifestar sobre o caso. A mãe de Aisha, ainda muito abalada, chegou a desmaiar na frente do local e foi amparada por familiares e amigos.
Histórico de crimes
De acordo com vizinhos, Joseilson se mudou de forma repentina, há 3 meses, e adotava comportamento isolado na região, exceto quando estava alcoolizado. “Eu só via ele na praça, bebendo e dançando com algumas pessoas. Antes, ele morava depois do colégio que Aisha estudava, e de repente foi morar ali, onde só vive família, e poucas pessoas moram de aluguel. Ele andava na rua e não olhava nos olhos das pessoas”, conta Eliana Souza, uma das amigas da família da vítima.
Segundo ela, o homem também tinha o costume de oferecer doces e dinheiro para as crianças. Contudo, Eliana não acredita que tenha sido dessa maneira que Aisha foi atraída por ele. Isso porque, no fim da tarde, uma vizinha e proprietária de um pequeno mercado disse ter atendido a menina, que seguiu o rumo normal a caminho de casa. A suposição dela era que Aisha tenha feito o favor de comprar algo para o autor confesso do crime e, ao devolver o troco, tenha sido forçada a entrar na casa dele.
Joseilson acumula denúncias por tentativas de estupro contra menores, além de processos criminais e jurídicos por furtos e crimes contra o patrimônio. Ele foi réu em processos movidos pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP) e pelas 3ª e 14ª Varas Criminais da Comarca de Salvador, de acordo com informações retiradas da consulta pública de processos da Procuradoria de Justiça do Estado da Bahia (PJE).