Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Tharsila Prates
Publicado em 12 de dezembro de 2024 às 09:08
O Arquivo Público de Salvador já está de portas abertas ao público novamente, com um acervo de mais de 4 milhões de documentos que datam do século XVI até os dias atuais. Para celebrar a reabertura, uma série de atividades está sendo realizada no prédio, que fica no bairro do Comércio, e se estenderá até esta sexta-feira (13). >
Os interessados poderão participar de visitas guiadas, discussões e palestras. Quem precisa acessar um dos acervos mais raros e antigos da América Latina poderá agendar visitas a partir da próxima segunda-feira (16), por meio do e-mail [email protected] ou pelo telefone (71) 3202-7690. O equipamento funcionará de segunda a sexta-feira, das 8h às 15h.>
Simone Costa, turismóloga e coordenadora do Núcleo de Ações Turísticas do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur-Salvador), destacou o esforço coletivo e o trabalho de muitas pessoas para preservar o acervo histórico da cidade. “É muito emocionante estar aqui. Passa um filme nas nossas cabeças e também nas de outras pessoas que foram extremamente importantes para que pudéssemos recuperar esse acervo e colocá-lo neste lugar onde ele está hoje. Se conseguimos desenvolver e executar este projeto, foi porque tivemos anjos e guardiões dessa memória”, afirmou na reabertura oficial, que ocorreu nessa quarta-feira (11).>
Preciosidades>
O Arquivo reúne uma vasta coleção de documentos textuais, audiovisuais, iconográficos e cartográficos. Durante o processo de restauração, a Secretaria Municipal de Cultura explicou que novas técnicas foram desenvolvidas para lidar com os papéis do acervo, que apresentavam características diferentes de qualquer outro material já manuseado pelos profissionais.>
Entre as preciosidades do acervo, destacam-se uma cópia da certidão de batismo de Catarina Paraguaçu, datada de 1528, provisões reais de 1624 e as atas da Câmara Municipal de Salvador, reconhecidas como patrimônio da Memória do Mundo pela Unesco. O acervo também abriga mais de 90 mil imagens e arquivos audiovisuais que retratam a história da capital baiana, suas personalidades, festas populares e diversos outros temas.>
O subsecretário de Cultura e Turismo (Secult), Walter Pinto Júnior, ressaltou não apenas a importância da restauração do acervo, mas também a requalificação do prédio que o abriga. Localizado entre a Baía de Todos-os-Santos e o Elevador Lacerda, o imóvel possui nove andares e, segundo a prefeitura, conta agora com um sistema de combate a incêndio semelhante ao do Vaticano, que não utiliza água nem elementos químicos. Walter também mencionou a realização de futuros concursos públicos para ampliar a equipe de profissionais do Arquivo.>
“Não se trata de um equipamento simples, mas de um espaço complexo, que deve atender em sua máxima potência à população, pesquisadores, intelectuais e estudantes, além de formar público para utilizá-lo. Este equipamento precisa ser amplamente acessado pela população, caso contrário, perde o sentido”, pontuou.>