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'Virou um inferno': tiroteios entre BDM e CV no Curuzu já duram quatro dias

Bairro registrou rajadas de tiros, localização de granada e ataques nas quatro últimas madrugadas

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 16 de julho de 2024 às 12:00

Cápsula de bala após confronto entre facções
Cápsula de bala após confronto entre facções Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

A granada achada perto de um posto de saúde e os tiroteios denunciados por moradores do Curuzu na madrugada desta terça-feira (16) são parte de uma rotina violenta que acomete o bairro. Os registros, gerados por uma disputa entre as facções do Bonde do Maluco (BDM) e do Comando Vermelho (CV), começaram há uma semana. Nos últimos quatro dias, porém, chegaram ao auge. Durante todas as madrugadas, a guerra acontece.

"Virou um inferno. Entre 1h e 3h, o pau quebra. A gente só abaixa dentro de casa, outros ainda tentam gravar e divulgar pra ver se para. Faz quatro dias que todas as madrugadas são assim. Eles chegam, cada um do seu lado, e começam a atirar para todo o lado. Ontem, a granada já era um aviso", fala um morador, que prefere não se identificar.

Apesar do tiroteio ter acontecido na madrugada, antes disso, às 18h de segunda-feira (15), uma granada foi encontrada nas imediações do posto de saúde da Rua Direta do Curuzu. Procurada, a Polícia Militar da Bahia (PM-BA) confirmou o registro e informou que o Bope foi acionado, retirando a granada do local ainda na noite de ontem.

Pichação do CV em fachada de casa no Curuzu
Pichação do CV em fachada de casa no Curuzu Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Além do estado de terror e medo, moradores registram outros prejuízos, como relata outra mulher que vive no local, que não se identifica por medo. Segundo ela, paredes das casas estão cravejadas de bala, janelas estão quebradas, carros foram danificados e até o serviço de internet apresenta problemas por conta do confronto entre as facções.

"Estou sem internet tem quatro dias já. Eles chegam, atiram nos postes e arrancam os cabos. O pessoal da empresa vem tentar resolver, mas foi muito dano causado. Além disso, as casas da gente estão destruídas e os carros nas ruas também não são poupados", reclama.

No local, é possível confirmar o que é relatado pela moradora, com cápsulas de munições de diferentes calibres espalhadas pelo chão, estilhaços de vidro e paredes furadas de bala em todos os lados. Não há, no entanto, uma ação de reforço da Polícia Militar no local.