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Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2024 às 19:52
O ex-presidente da Câmara Municipal de Campo Formoso, no centro norte baiano, o vereador José Alberto de Carvalho Pereira, conhecido como Zé Lambão, foi condenado a 20 anos e seis meses de reclusão, em regime fechado, pelo crime de homicídio. A sentença foi proferida nesta quinta-feira (26), durante julgamento no Tribunal do Júri, realizado em Salvador.
O vereador foi sentenciado pelo homicídio de André Luiz de Oliveira Coelho. A condenação foi por homicídio qualificado por motivo fútil e por dificultar a defesa da vítima, além de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Ainda cabe recurso da decisão.
O crime ocorreu no dia 7 de novembro de 2016, após uma discussão entre o vereador e a vítima sobre promessas de campanha não cumpridas, incluindo o abastecimento de água potável no distrito de Poços. Na época do crime, o vereador foi preso em flagrante.
De acordo com a acusação do MP, Zé Lambão e André Luiz se desentenderam em um bar na zona rural do município.
Depois de ser cobrado, o vereador começou a discutir com a vítima. Ele então foi em casa, buscou umas pistola Taurus PT.40, de uso restrito e voltou para o bar. No local, houve uma nova briga e o vereador atirou oito vezes contra André, que morreu no local.
Por conta da influência política do réu na região, o que poderia comprometer a imparcialidade do Conselho de Sentença, o julgamento, inicialmente marcado para Campo Formoso, foi transferido para Salvador. Segundo o promotor, o crime gerou grande repercussão, colocando em evidência o poder político do acusado na cidade.
“A condenação do vereador é um marco importante, não apenas para a cidade de Campo Formoso, mas para a Bahia como um todo, reafirmando o compromisso do Sistema de Justiça em punir crimes graves, independentemente da posição social ou política do réu”, afirmou Marco Aurélio Nascimento Amado, promotor de Justiça responsável pela denúncia.
Em julho de 2020, o ex-político voltou a ser notícia nos jornais do estado. A filha de Zé Lambão, a jovem Rafaella de Carvalho Pereira, de 18 anos na época, denunciou por uma rede social que teria sido agredida pelo pai após uma discussão.
Chorando e com marcas roxas de ferimentos nos olhos, pescoço, mãos e braços, a garota relatou que estava numa roça em companhia da família quando se chateou com um comentário do pai e logo em seguida ele teria batido nela.
“Eu comecei a chorar e pedi a minha amiga para me buscar. Pedi para minha madrasta para me deixar na cidade do lado e ele se estressou porque eu estava chorando e fez isso comigo”, narrou. Diante da insistência dela em ir embora, o pai a puxou pelo pescoço e fechou-se num quarto com ela, dando-lhe socos. Ela solicitou medida protetiva contra o pai.
Ainda segundo a filha, José Pereira já tem histórico de agressividade e por muitos anos ela presenciou o pai batendo na mãe.“Eu esperava, né? Porque eu vivi 18 anos vendo ele fazer isso com minha mãe a vida inteira. Ele é um monstro, um lixo, e hoje aconteceu comigo. Eu decidi não me calar”, desabafou.