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Millena Marques
Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 02:00
Há uma linha tênue entre o desejo e a necessidade de comprar. A obrigação, que precisa ser feita repetidas vezes, foge da normalidade e tem nome científico: oniomania. Trata-se de um transtorno de personalidade e mental, classificado dentro dos transtornos do impulso. “Não se trata de livre escolha. Não é da ordem do desejo, mas da compulsão”, explica a psicóloga Tânia Porto.
Os quadros clínicos podem se tornar graves, levando a uma desorganização radical na vida das pessoas em vários âmbitos, além da saúde, como as relações familiares e a vida financeira. Os excessos sempre existiram, segundo Tânia, mas ganharam força na contemporaneidade.
“São sintomas bastante afinados com a nossa época, em que impera o discurso capitalista, que nos leva a acreditar que quanto mais consumimos mais felizes somos. Ou pior, que toda falta pode ser preenchida com um objeto”, diz.
1. Sentimentos de vergonha e inadequação
"Esses sentimentos levam o sujeito, muitas vezes, a esconder a sua compra”, explica a psicóloga Tânia Porto.
2. Acúmulo de produtos
Acumular produtos que não são utilizados. São guardados, inclusive, com etiquetas e esquecidos em armários.
3. Mal-estar
Sentimentos de ansiedade, irritabilidade, frustração, culpa e angústia após a felicidade das compras.
4. Desequilíbrio financeiro
O acúmulo de dívidas gera um desequilíbrio financeiro. As pessoas podem entrar na lista de inadimplentes do Serasa.
5. Compras sem planejamento
As compras sem planejamento, sem necessidade, apenas por um desejo momentâneo podem sinalizar a compulsão.
6. Mentiras
Necessidade de mentir sobre o comportamento em relação às compras.
7. Não resistir às promoções
Comprar em toda e qualquer promoção pode indicar a compulsão por compras.