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Usuários do transporte metropolitano são pegos de surpresa com aumento de tarifa

Tarifas sofreram reajuste de 8,11%; aumento entrou em vigor nesta quarta-feira (27)

  • Foto do(a) author(a) Millena Marques
  • Millena Marques

Publicado em 27 de março de 2024 às 21:05

Agerba aprovou aumento de 8,11%
Reajuste foi publicado no Diário Oficial do Estado na terça-feira (26) Crédito: Millena Marques/CORREIO

Usuários do transporte público metropolitano foram surpreendidos com um reajuste de 8,11% da tarifa na última quarta-feira (27). O aumento da passagem foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) um dia antes de entrar em vigor. Apesar de ter autorizado o reajuste, a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (AGERBA) não exigiu nenhuma contrapartida das empresas que operam as linhas intermunicipais e, por isso, os passageiros continuam questionando as condições precárias do serviço.

O agente de portaria Edmundo Bispo dos Santos, 58 anos, morador do bairro de Pernambués, em Salvador, se desloca para Barra do Pojuca, em Camaçari, pelo menos três vezes na semana por causa do trabalho. Do dia para noite, ele viu a passagem saltar de R$ 9,60 para R$ 10,40. “Foi uma surpresa, de verdade. Eu fiquei sabendo do aumento hoje, por meio do jornal. Isso é um absurdo”, disse. Santos faz esse deslocamento há seis anos e não lembra quando um aumento sem aviso prévio aconteceu: “Não me lembro, infelizmente. Esse foi um absurdo”, ressaltou.

Inicialmente, a AGERBA informou ao CORREIO que a decisão havia sido publicada no DOE no último dia 11. No entanto, não houve edição no dia citado. No dia seguinte, a informação também não constava no documento. Nesta quarta, a agência informou que o reajuste foi publicado no DOE na terça-feira (26), um dia antes de entrar em vigor, e foi concedido “com base na correção de uma cesta de índices, a exemplo da variação do diesel, IPCA e INPC.”

O sistema metropolitano é dividido por anéis e as tarifas variam de acordo com a distância percorrida. As tarifas do Anel 1, composto por ônibus que atendem as cidades de Simões Filho e Lauro de Freitas, saíram de R$ 4,80 para R$ 5,20. As tarifas de Camaçari e Candeias, que formam o Anel 2, passaram de 6,80 para R$ 7,40. As passagens do Anel 3, composto por coletivos que atendem as cidades de Dias D’Ávila, Mata de São João, São Sebastião do Passé e Madre de Deus, agora custam R$ 10,40 – custavam R$ 9,60 até ontem. O último reajuste do sistema foi feito em junho de 2022.

Embora o reajuste seja legal, o aumento da tarifa dos ônibus metropolitanos compromete o orçamento individual de cada passageiro. “Afeta quem usa o transporte diretamente e as empresas que pagam o transporte do trabalhador. Do ponto de vista do trânsito, diminui a diferença do valor do ônibus para o transporte por aplicativo. Nos casos de pequenos trajetos, o cidadão vai optar pelo transporte por aplicativo”, explica o especialista em Trânsito Luide Souza.

Elineide Santos, 45, trabalha com telemarketing em Salvador e a empresa só paga o transporte utilizado na capital. A tarifa do transporte intermunicipal para Monte Gordo, onde mora, sai do bolso da funcionária. “Esse aumento tira do meu bolso R$ 1,60 todos os dias. Esse dinheiro vai fazer uma diferença imensa. É muito caro”, disse.

O aumento é ainda mais questionável quando as condições dos ônibus continuam precárias. Os usuários reclamam da ausência de ar-condicionado, janelas quebradas, atrasos em saídas do terminal e quantidade limitada de linhas. “Os ônibus não têm qualidade nenhuma. Um ônibus com ar-condicionado é um e um milhão, sem contar que eles também não saem no horário”, afirmou Elineide.

A segurança nos coletivos intermunicipais também é precária. Ao avistar a reportagem na Estação Aeroporto, uma passageira de Dias D’Ávila, que preferiu não se identificar, afirmou: “Veja o estado das linhas que rodam Camaçari x Estação Mussurunga. Não tem pneu, não tem câmera e rola assalto todo dia. Faz 15 dias que fui assaltada”, gritou. No final de fevereiro, uma tentativa de assalto a um ônibus que fazia a linha citada deixou oito pessoas feridas.

A reportagem tentou contato com Associação das Empresas de Transporte Coletivo Rodoviário do Estado da Bahia (Abemtro-BA), mas não obteve sucesso. Vale ressaltar que os rodoviários conseguiram um acordo coletivo com as empresas e cancelaram a greve prevista para março: 4,75% no salário, 5% nas cláusulas sociais e uma perspectiva de negociação posterior relacionada à cesta básica.

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela