'Usou faca que pediu ao sogro para amolar’: suspeito de feminicídio de recepcionista teria planejado crime

Corpo da vítima foi encontrado na tarde de terça-feira (22) dentro de casa

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Publicado em 23 de outubro de 2024 às 13:09

Camila e Luiz Carlos namoraram por 4 anos
Camila e Luiz Carlos namoraram por 4 anos Crédito: Reprodução / Redes sociais

Luiz Carlos dos Santos Reis, suspeito do feminicídio de Camila Sampaio Rodrigues, 32 anos, que foi encontrada morta dentro da própria casa no bairro de Cidade Nova, usou uma faca que pediu ao pai da vítima para amolar antes do crime. Pelo menos, é o que contam familiares de Camila, que destacam que Luiz era ex-companheiro da recepcionista há ao menos três meses e só morava ainda com ela porque estava desempregado.

Jandira Arcanjo Rodrigues, tia de Camila, revelou à reportagem os traços de crueldade do suspeito. “A gente vê cara, não vê coração. Ele tinha fala mansa, usava de falsidade. Para você ver, ele foi tão cruel que usou a faca que pediu para o sogro para amolar, o meu irmão. Essa mesma faca matou a minha sobrinha, pediu para amolar antes de fazer isso. É algo que não pode ficar assim. Ele precisa ser preso e não pode ser liberado no outro dia, uma família foi destruída”, conta a tia, sem conseguir conter as lágrimas.

Ela afirmou, inclusive, que todos foram surpreendidos pelo crime. "Ninguém desconfiava que ele podia fazer algo assim, nem mesmo o meu irmão que morava perto dele. Ele usava a máscara de mocinho e enganou todo mundo. Minha tia, que morava na casa que fica embaixo de onde Camila vivia, disse que nunca tinha visto briga nenhuma, nada mesmo. O dia da morte foi domingo, minha tia chegou a ouvir uma voz, mas não sabia que era a sobrinha sendo morta”, completa ela.

Elaine Sampaio, que é prima-irmã da vítima, conta que não tinha muito detalhes da relação, mas sabia que Luiz apresentava comportamentos abusivos. “Com relação a ele em si e ao relacionamento dos dois, eu não sei informar muito. A gente [Camila e Elaine] não comentava sobre isso, mas sei que ele era ciumento, só não sei a que ponto. Sobre a viagem [feita por Camila com amigas antes do crime], com certeza causou insatisfação”, fala ela, que destacou o fato da independência da prima incomodava o ex-companheiro.

Camila tinha viajado até a Ilha de Boipeba e foi deixada em casa, de carro, por uma amiga no último domingo (20). Desde então, não se comunicou com mais ninguém até ser encontrada por um primo embaixo de um colchão. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso.