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Wendel de Novais
Publicado em 26 de dezembro de 2024 às 16:12
Os policiais militares Cláudio Alves dos Prazeres Júnior, Igor Portugal da Fonseca e Rafael Vieira da Silva foram denunciados pelo Ministério Público (MP) por homicídio qualificado. Os três estão envolvidos na ação policial que terminou na morte de Welson Figueredo Macedo, funcionário terceirizado da Embasa, que foi baleado enquanto voltava do serviço de moto. O caso aconteceu em julho deste ano, no bairro de Castelo Branco. A denúncia foi entregue à Justiça no último dia 18 de dezembro.
Os PMS são acusados de matar Welson sem possibilitar a defesa da vítima. Além da denúncia, o MP pediu o afastamento cautelar dos policiais do trabalho nas ruas por 180 dias, além da proibição de acesso ao bairro onde ocorreu o crime e contato com testemunhas e familiares de Welson enquanto durar a instrução processual.
O processo tramita no 2º Juízo da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Salvador. A denúncia foi recebida no último dia 19 pela Justiça, que avaliará os pedidos feitos pelo MP no curso da instrução criminal.
Segundo a denúncia, Welson foi atingido por um tiro de carabina nas costas, que causou um traumatismo abdominal que o levou a óbito. Com base em testemunhos e imagens de câmeras de segurança, trazidos no inquérito policial, a denúncia desconstrói a versão dos denunciados de que Welson estaria armado e teria trocado tiros com a guarnição.
Testemunhas, como um colega de trabalho, afirmam que a vítima não portava arma e as imagens mostram que Welson estava retornando do trabalho no momento em que foi atingido, diferentemente do alegado pelos denunciados. A vítima trabalhava como funcionário terceirizado na Embasa. Os policiais afirmaram que estavam perseguindo três indivíduos que haviam praticado um roubo e, durante a troca de tiros, Welson foi atingido.
No entanto, as imagens mostram que ele não tinha ligação com os suspeitos e foi atingido após eles terem passado. Os PMs teriam removido a bolsa e a motocicleta da vítima, deslocado a viatura policial para outro local e adicionado arma de fogo na cena do crime para simular um confronto. Ainda conforme a denúncia, a perícia não encontrou vestígios de pólvora nas mãos de Welson.
Os denunciados ainda poderão ser responsabilizados por crime de fraude processual, pela alteração da cena do crime. Por ser considerado um delito militar, a investigação será analisada por uma Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial para tomada das medidas cabíveis.