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Millena Marques
Publicado em 16 de novembro de 2023 às 15:14
Três indiciados por envolvimento na morte de Mãe Bernadete estão foragidos. Josevan Dionísio dos Santos, 26 anos, Ydney de Jesus, 28, e Marílio dos Santos foram denunciados pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) por homicídio qualificado por motivo torpe, de forma cruel, e sem chance de defesa da vítima. >
Josevan Dionísio tem mandados de prisão em aberto por homicídio e tem passagens pela polícia, com atuação de tráfico de drogas e autoria de assassinatos nas cidades de Simões Filho e Madre de Deus, ambas da Região Metropolitana de Salvador. Ele teria sido um dos executores da líder quilombola. >
Ydney de Jesus, o Café, era conhecido da líder quilombola e tinha uma barraca situada na área do Quilombo Pitanga dos Palmares. Antes do crime, ele teve uma discussão acalorada com Mãe Bernadete. >
Por fim, Marílio dos Santos, que possui mandado prisão em aberto pelo homicídio e também já foi alvo da a Operação Tarja Preta, da Polícia Federal, e preso pelo Draco em 2018. Junto com Café, o denunciado é líder de um grupo criminoso que pratica tráfico de drogas na região.>
Outros três indiciados foram presos pela polícia em setembro. Arielson da Conceição Santos, 24, trabalhava em uma barraca dentro do território do quilombo e recebeu a ordem para matar Mãe Bernadete. Após o crime, ele repassou as armas para o Carlos Conceição Santiago e fugiu para Araçás, onde foi preso no dia 1º de setembro.>
Conhecido como Guioday, Carlos Conceição Santiago, 47, guardou as armas do crime após recebê-las de Arielson, e deu fuga a ele, levando-o para Araçás. Ele também foi preso no dia 1º de setembro, em Simões Filho. Carlos foi indiciado em um segundo inquérito, também concluído Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).>
Por fim, Sérgio Ferreira de Jesus, 45, que instigou o homicídio e prestou auxílio, indicando melhor rota para o local do crime e avisou aos traficantes que a vítima chamaria policiais para derrubarem a barraca. Ele tinha se desentendido com Mãe Bernadete por praticar extração ilegal de madeira na região. Preso no dia 4 de setembro, em Simões Filho.>
A morte da líder quilombola Mãe Bernadete teria sido uma retaliação de um grupo de tráfico de drogas que atua na região do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho. A conclusão é da Polícia Civil, que indiciou seis envolvidos no crime, entre eles, um morador do quilombo que teria instigado os traficantes a cometerem o crime.>
De acordo com a delegada geral da Polícia Civil, Heloísa Brito. A extração ilegal de madeira e o tráfico de drogas na região são fatos que acabaram se correlacionando e originaram a motivação do crime. >
Antes de discutir com Mãe Bernadete, Sérgio Ferreira de Jesus, que extraía madeira de forma ilegal na região, teve o material apreendido pela Polícia Militar e apontou a líder quilombola como denunciante. A partir desse momento, ele começava a articular com traficantes da região o crime. >
Além disso, os suspeitos ligados ao tráfico de drogas começaram a montar uma barraca chamada 'Point Pitanga City' à beira da barragem. O local seria utilizado para comercialização de entorpecentes e realização de festas dos indiciados Marílio e Ydney. Mãe Bernadete teria denunciado oficialmente a construção dessa barraca. >
"Após perceber essa movimentação contra a construção dessa barraca, manda um áudio aos traficantes da região, informando que Mãe Bernadete teria chamado a polícia, que ela não ia deixar que o tráfico se instalasse na região. Ele faz isso porque também estava indignado porque a líder quilombola estava criando obstáculos sobre a extração ilegal de madeira da parte dele", disse Heloísa Brito em entrevista coletiva, na manhã desta quinta-feira (16).>
De acordo com a Polícia Civil, diligências continuam no sentido de localizar os foragidos. Para colaborar, a população pode fornecer informações sem precisar se identificar, para o Disque Denúncia da Secretaria da Segurança Pública (SSP), ligando 181. >
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro >