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Wendel de Novais
Publicado em 17 de dezembro de 2023 às 12:28
A seca que assola a Bahia tem se convertido em chamas na região de Jacobina, no norte do estado, onde as áreas de mata e até região urbana registram frequentes incêndios. De acordo com a Defesa Civil do município, nos últimos 150, 19 incêndios foram registrados na cidade, sendo 13 deles em áreas florestais, quatro em área urbana e dois em residências. A população, no entanto, diz que o número é maior e que, na última semana, a situação se agravou. >
Morador do município, Cid Eduardo Menezes, 42 anos, se juntou a uma brigada voluntária de combate ao fogo que, no início da semana, passou três dias na serra para impedir que as chamas se espalhassem. "Começou segunda e foram três dias de fogo. Só depois disso que o fogo amenizou. Enquanto o avião fazia o rescalde da área de incêndio, a gente apagava os focos na montanha com enxadas e mais de 20 pessoas para cercar as chamas e impedir que elas avançassem para os povoados", conta.>
Ele conta que, após este incêndio de maior proporção, outros focos de chama ainda ficaram nas montanhas ao longo da semana. Subsecretário da Defesa Civil de Jacobina, Daniel Reis confirma o incêndio, mas destaca que a situação foi controlada com o trabalho dos bombeiros, da brigada do município e também das brigadas voluntárias que atuaram no local. As áreas de serra, porém, seguem em estado de observação por parte da prefeitura.>
"O incêndio de maior proporção se iniciou por conta de um curto-circuito na região da Grota da Fazendinha. De imediato, o Corpo de Bombeiros foi acionado, mas o incêndio se estendeu e atingiu as serras, se prolongando. [...] Com a equipe dos bombeiros, a equipe da Defesa Civil e as brigadas, foi possível controlar. Agora, estamos em fase de monitoramento", explica o subsecretário. Ainda sim, a gestão municipal decretou estado de emergência por 90 dias pela estiagem.>
Os incêndios na região do município são mais frequentes há pelo menos 30 dias, de acordo com moradores. E, segundo o condutor ambiental Ícaro Rios, 24, têm mais de uma causa. "Além do curto-circuito na subestação e os incêndios de causa natural pelo fato de não chover há cinco meses, há também os incêndios criminosos. Muitos ainda insistem em limpar terreno para cultivo com fogo e, com a vegetação seca, as chamas se alastram muito", relata Ícaro.>
O cenário nas áreas atingidas pelo fogo é de destruição e faz com que moradores se mobilizem. Segundo a Defesa Civil, mais de 100 participam de brigadas voluntárias para atenuar o impacto dos incêndios. Mesmo com a mobilização, mais de 500 hectares foram queimados no incêndio desta semana.>