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Wendel de Novais
Publicado em 31 de janeiro de 2025 às 13:07
Um dos seis suspeitos presos após fazer uma família refém no bairro da Santa Cruz, em Salvador, na manhã desta sexta-feira (31), é um antigo conhecido da polícia. Conhecido como Chokito, William Santos Santana teve participação na morte do cabo Gustavo Gonzaga da Silva, que foi esquartejado no Nordeste de Amaralina, em 2018. Chokito, inclusive, estava em liberdade condicional quando foi localizado por agentes da Polícia Militar da Bahia (PM-BA) em uma festa do tipo paredão.>
De acordo com o delegado Odair Carneiro, na época, um líder da facção Comando da Paz (CP), que se converteu no Comando Vermelho (CV) em Salvador, ordenou a morte de um policial. “O PM andava tranquilo e desarmado na localidade porque era nascido e crescido lá. Eles escolheram ele para morrer por essa facilidade. A ordem partiu de Pingo, o chefe da época. Chokito foi preso, detalhou quem foi o mandante na época e agora estava em liberdade condicional”, explica o delegado.>
O crime é tido como um dos mais bárbaros registrados contra um agente de segurança em Salvador pelo fato de terem esquartejado e retirarem os órgãos do policial militar. Diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), Arthur Gallas destacou que Chokito e os comparsas que não foram identificado eram puxadores de bonde e promoviam ataques armados em outras localidades na capital.>
“Eles o puxam alguns bondes responsáveis por ataques armados contra integrantes de facções rivais. Além disso, ficam como se fossem seguranças do grupo criminoso para que possam oferecer e comercializar drogas livremente”, explica Gallas, destacando que o foco da operação desta sexta-feira era o entorno do Campo Natureza.>
Na operação, drogas e armas foram apreendidas. No entanto, nenhum dos 12 mandados contra traficantes do local foram cumpridos. Os seis presos, que não eram alvo desta ação, foram autuados em flagrante. >
Além da Polícia Civil, Secretaria de Ressocialização e Administração Penitenciária (Seap) participou da ação. As ações da Seap, entretanto, foram no Complexo Penitenciário da Mata Escura, onde informações foram levantadas para servir como base das incursões dentro do Nordeste de Amaralina.>
Relembre o crime>
O cabo Gustavo Gonzaga da Silva, 44 anos, foi morto no final de linha da Santa Cruz, no Complexo do Nordeste de Amaralina, em junho de 2018. Segundo informações da PM, o policial passava pelo local em um veículo GM Onix, quando foi cercado por indivíduos que efetuaram disparos de arma de fogo. O PM reagiu, mas foi atingido e não resistiu aos ferimentos.>
O PM era lotado na 4ª Cia de Saúde, do Batalhão de Polícia de Guarda da Polícia Militar (BG), e integrava o quadro funcional da PM há mais de 22 anos. Ele tinha uma companheira e deixou duas filhas. >
Segundo informações de policiais, o militar saiu, em companhia de um pedreiro, conhecido por 'Jai', que era seu vizinho, quando foi abordado por três traficantes de drogas do bairro - conhecidos por Choquito, Keka e Leno - e executado.>
O policial teria sido morto com requintes de crueldade, tendo a língua, orelhas e mão direita decepados, os olhos e mandíbula arrancados, além de receber vários tiros na cabeça.>