Trabalhadores são resgatados em condições precárias de navio norueguês ancorado em Salvador

Os trabalhadores são nove de Salvador, três de cidades no Maranhão e quatro do Espírito Santo

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Publicado em 28 de setembro de 2024 às 14:09

Trabalhadores dormiam e comiam sem condições adequadas
Trabalhadores dormiam e comiam sem condições adequadas Crédito: Divulgação/SRTE

Dezesseis trabalhadores foram resgatados de um navio de uma empresa norueguesa que estava ancorado na Baía de Todos-os-Santos, em Salvador, sendo mantidos em condições análogas às de escravidão. O resgate aconteceu entre a segunda (23) e a sexta (27), em operação conduzida por auditores-fiscais da Superintendência Regional do Trabalho da Bahia e apoio da Marinha do Brasil.

Os trabalhadores são nove de Salvador, três de cidades no Maranhão e quatro do Espírito Santo. Segundo a superintendência, todos foram contratados através de uma empresa de Vitória (ES) para trabalhar na lavagem e pintura dos porões do navio, um cargueiro com bandeira das Ilhas Marshall, mas que pertence a uma empresa norueguesa. 

Segundo as investigações, os empregados precisaram ficar cinco dias alojados em condições precárias no navio, em espaço que não tinha local para alimentação, descanso ou higiene. Eles precisavam dormir em redes e colchões espalhados pelo convés, expostos ao tempo, sem repouso adequado após uma jornada extenuante.

As refeições eram consumidas no convés, sentados no chão, ao lado dos materiais usados para o serviço. Já o banho era tomado com uma mangueira a céu aberto em uma área externa, sem qualquer tipo de privacidade.  A jornada de trabalho dos empregados ao dia chegava até a 14h, começando às 6h e encerrando às 21h, com 1h para o almoço.

Todos os trabalhadores foram retirados do navio e hospedados em local providenciado pelo empregador, em terra, enquanto aguardavam pagamento de salários e verbas rescisórias. Parte do pagamento já foi feito na terça, e na quarta os empregados começaram a retornar para suas cidades de origem. O cadastro para receber seguro-desemprego já foi feito. 

A situação foi descoberta durante uma série de fiscalizações dos auditores-fiscais do trabalho e inspetores navais em navios de bandeira estrangeira. Eles buscavam conferir a segurança da navegação e também as condições de trabalho oferecidas.