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Tharsila Prates
Publicado em 30 de março de 2025 às 16:58
Uma operação conjunta do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e da Companhia Independente de Policiamento Especializado Caatinga (Cipe/PMBA) desarticulou, na madrugada deste domingo (30), um torneio ilegal de caça de animais silvestres, de espécies de tatu, que ocorria no distrito de Riacho Seco, município de Curaçá, na região norte da Bahia.>
Na ação, os agentes resgataram os animais mantidos com os infratores, apreenderam artefatos utilizados na caça, além de aplicar penalidades aos responsáveis pela atividade.>
“É uma prática que, infelizmente, ainda encontra adeptos na nossa região, onde grupos se articulam por meio de redes sociais para realizar essas ditas competições de quem consegue perseguir e caçar o maior número de tatus, inclusive estipulando premiações ao vencedor", disse a coordenadora da unidade regional do Inema em Juazeiro, Manoela Bezerra, lembrando que a prática configura infração prevista na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98). >
A legislação ambiental prevê sanções penais e administrativas para quem mata, persegue, caça, captura, comercializa, causa maus-tratos e utiliza de métodos que possam causar danos à fauna silvestre e ao meio ambiente.>
A ação contou com o trabalho de inteligência conduzido pelos agentes da Cipe Caatinga e servidores da Unidade Regional do Inema com sede em Juazeiro (UR Sertão São Francisco), que incluiu a coleta de informações prévias e a adoção de uma estratégia de vigilância na região do bioma Caatinga.>
“Através de informações recebidas pelo Inema, fizemos um trabalho de inteligência e algumas diligências, que indicaram o possível local do evento, que os participantes chamam de torneio. Por volta das 2h da manhã, realizamos a incursão na caatinga junto com agentes do Inema , tendo êxito em localizar os caçadores. Essa operação é resultado do trabalho integrado da PMBA e os órgãos de proteção ambiental, contribuindo com ações eficazes contra as infrações que impactam o meio ambiente”, afirmou o comandante da CIPE-Caatinga, major Érico de Carvalho.>
A espécie>
São 21 espécies conhecidas no mundo, sendo 11 ocorrem no Brasil e dessas 5 estão presentes no bioma Caatinga. "Os tatus são essenciais para o equilíbrio ecológico da Caatinga, pois se alimentam de frutas, sendo dispersores de sementes e também de insetos. Contribuem ainda para o controle, por exemplo, das populações de formigas e cupins", como explica o especialista do Inema, Geraldo Onofre. >
Na Caatinga, as espécies mais conhecidas são tatu-peba (Euphractus sexcinctus), tatu-verdadeiro (Dasypus novemcinctus), tatu-rabo-de-couro (Cabassous unicinctus) e o tatu-bola-da-caatinga (Tolypeutes tricinctus).>