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TJ emite mandado de internação contra suspeito de matar cigana

Também foi emitido mandado de busca e apreensão contra o adolescente, que era esposo da vítima e está foragido

  • D
  • Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2023 às 18:52

Adolescente foi baleada no queixo e não resistiu
Hyara Flor Santos Alves, de 14 anos, foi baleada abaixo do queixo e não resistiu Crédito: Reprodução

Foram emitidos nesta segunda-feira (17), pelo Tribunal de Justiça (TJ) da Bahia, mandados de internação e de busca e apreensão contra o esposo de Hyara Flor Santos Alves. Ele, que, assim como a vítima, tem apenas 14 anos, é suspeito de ter matado a adolescente, de origem cigana, em Guaratinga, no extremo-sul do estado. O rapaz teria fugido com a família para o Espírito Santo.

O mandado de internação tem natureza jurídica de mandado de prisão. De acordo com o TJ, por se tratar de um caso que envolve vítima menor ou incapaz, o processo irá tramitar em segredo de justiça, e, portanto, as informações contidas nele não podem ser disponibilizadas.

Assim, foi sugerido contato com o Ministério Público (MP) estadual, autor da ação, que informou que aguarda a conclusão do inquérito policial e seu encaminhamento ao órgão.

Também procurada pela reportagem, a Polícia Civil (PC) apenas confirmou que os mandados tinham sido solicitados e deferidos pelo Poder Judiciário. "A investigação está em andamento, e mais detalhes não podem ser divulgados", diz um trecho da nota emitida.

Relembre o caso

Hyara Flor Santos Alves foi morta no dia 6, em Guaratinga, no extremo-sul da Bahia, com um tiro abaixo do queixo. Segundo a Delegacia Territorial (DT) de Guaratinga, no local do crime, foram apreendidos uma pistola calibre 380, dois carregadores e munições. O caso foi registrado como feminicídio, mas não foram divulgadas mais informações sobre o suspeito.

Depois de ter sido baleada, a adolescente chegou a ser socorrida para um hospital da região, porém não resistiu. Ela deu entrada na unidade com a informação de que teria se ferido no queixo ao ter limpado a pistola. No entanto, contradições levantaram a suspeita de que se tratava de um crime.

A Polícia Militar (PM) foi chamada. Testemunhas contaram à equipe da 7ª Companhia Independente (CIPM) que o esposo de Hyara Flor fugiu com o pai depois do fato. Eles não foram localizados.

Laudo da necropsia indica asfixia

A morte de Hyara Flor foi causada por hemorragia, ou perda de sangue, que resultou em anemia severa. Além disso, o tiro interrompeu a passagem de ar, levando a asfixia e causando lesões generalizadas. As informações constam no laudo da necropsia, assinado na quarta-feira (12) pelo perito médico-legal e acessado pelo CORREIO.

De acordo com a advogada da família da adolescente, Janaína Panhossi, o laudo não define se o disparo foi feito de forma acidental ou intencional. "O laudo que temos a conclusão até o momento é o da necrópsia, que é inconclusivo quanto à forma como se deu o fato, ou seja, indica apenas a causa da morte da Hyara", explica.

Ainda faltam alguns outros laudos serem liberados, como o do local do crime e o da arma aprendida, que devem ajudar na conclusão do inquérito, de acordo com a advogada.