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Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2024 às 21:45
O Terreiro Casa Branca, localizado no Engenho Velho da Federação recebeu, nesta quinta-feira (5), o título de propriedade do terreno onde funciona o espaço. O documento regulariza a situação fundiária do templo religioso e assegura a proteção do espaço. Além da regularização, o centro religioso passará por reforma e um memorial será construído no terreno onde ficava um imóvel construído de forma irregular ao lado do terreiro. >
A escritura foi entregue para a ialorixá Mãe Neuza de Xangô, que celebrou a conquista. “Isso é resultado de uma luta de quase 200 anos, uma luta de gerações. Essa escritura é muito mais do que um papel, é nossa vida e a certeza de que os nossos ancestrais não lutaram em vão”, disse. >
“A entrega deste documento significa justiça sendo feita, porque esse terreiro, essa propriedade, é da comunidade de axé, do povo santo. E esse título institucionaliza e assegura legalmente a propriedade deste território frente aos poderes públicos, independente de quem esteja na gestão”, frisou o secretário municipal de Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho. >
A Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF) em conjunto com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) estão responsáveis por montar o projeto para a execução das obras. Em um primeiro momento, a área do templo passará por capinação, roçagem e adequação de rampas de acessibilidade. >
“Também vamos trabalhar para colocar muros de proteção, pois sabemos que essa área já foi vítima, nas últimas décadas, de muita invasão de território”, disse Pedro Tourinho. >
O procurador-geral de Salvador, Eduardo Porto, reforçou que o título de propriedade emitido também abrange a área que receberá as futuras instalações do memorial. >
“A Casa Branca tinha apenas a posse de parte dessa área que era da Prefeitura e que agora passa a ser do próprio terreiro. E a escritura definitiva de propriedade dá segurança jurídica para que esse local possa desenvolver suas ações. O imóvel que foi desapropriado colocava em risco, com a construção irregular, a própria história e memória deste templo, além de todos os constrangimentos que eram causados”, explicou. >