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Alô Alô Bahia
Publicado em 28 de junho de 2024 às 15:33
A temporada de observação de baleias jubarte na capital baiana terá início no dia 15 de julho. Diversas ações estão sendo planejadas pelo Projeto Baleia Jubarte, em parceria com a Prefeitura de Salvador, inclusive com novidades. Nesta temporada, além da observação dos cetáceos que já é feita no Museu Náutico da Bahia (Farol da Barra), a população vai poder conferir uma exposição de placas e uma réplica caudal de baleia, no Forte de Santa Maria, também na Barra.
A partir do dia 15, o projeto estará no Museu Náutico da Bahia, atendendo às pessoas que visitam o equipamento, com binóculos para a observação. Além disso, as empresas Shark Dive e Apolônio Turismo Náutico fazem o turismo de observação de baleias no mar, em embarcações, em parceria com o projeto.
Na última quarta-feira (26), uma baleia jubarte foi registrada por banhistas na praia do Porto da Barra. Desde o final de maio, esses mamíferos estão sendo vistos em Salvador, apesar de a temporada de observação só começar oficialmente em julho.
“Desde o início do trabalho de conservação das baleias, o projeto acredita que uma das formas de conservar esses animais é apresentando-os para as pessoas, ou seja, aproximando as pessoas desses animais. Então, a gente fomenta e incentiva esse turismo de observação de baleias. Fazemos um trabalho robusto em todo o litoral brasileiro, desde Ilha Bela até Praia do Forte, onde temos algumas bases e empresas de turismo de observação que são capacitadas e treinadas pelo projeto. A gente acredita que o turismo é uma ferramenta muito importante para a conservação desses animais“, conta Gustavo Rodamilans, coordenador do projeto em Salvador, em contato com o Alô Alô Bahia.
Na temporada do ano passado, o projeto registrou a participação de 750 turistas para a observação realizada em Salvador, além de 28 embarques e 1.098 quilômetros navegados. Ao todo, 187 baleias foram avistadas de 72 grupos e 32 foi o recorde de baleias vistas no mesmo passeio. No Farol da Barra, 3.800 pessoas foram atendidas pelo projeto e 53.561 participaram da exposição de fotos. Segundo Gustavo, o turismo de observação de baleias tem tido um acréscimo muito grande na cidade, graças ao trabalho realizado pelo projeto, inclusive com o registro de turistas que tiveram a observação das baleias como primeira opção para vir a Salvador.
“Nós realizamos palestras em universidades, em escolas, fazemos atividades em shoppings, justamente para conscientizar as pessoas e instigar a curiosidade para que elas vão ver a baleia na água, no seu habitat natural. O turismo de observação de baleias é um turismo que gera cerca de 1 bilhão de dólares por ano no mundo e tem um potencial muito grande, principalmente, em algumas cidades. Em Salvador, as baleias historicamente eram vistas dentro da Baía de Todos-os-Santos. A gente consegue ver dentro da baía, mas a maioria dos animais a gente vê fora, com a saída de barco”, diz.
Salvador apresenta vantagens para a observação. A primeira delas é que o observador consegue ver as baleias em uma área muito próxima e a segunda é que, ao sair de barco, as pessoas têm uma vista belíssima da cidade, uma vista de mar para a terra, caracterizada pela beleza da Baía de Todos-os-Santos, que faz com que o passeio seja muito agradável.
Educativo – Este ano, o projeto também fará um trabalho junto às escolas municipais com cartilhas chamadas Momo, que contam a história de um bebê baleia, e foram feitas para crianças da primeira infância.
De julho a outubro, as baleias jubarte saem da Antártica à procura de águas mais quentes e calmas para ter os seus filhotes, amamentá-los e realizar os seus rituais de acasalamento. A estimativa da população de baleias na costa brasileira é de 30 mil. Os filhotes são totalmente dependentes das mães e se alimentam com cerca de 80 a 100 litros de leite por dia. Os filhotes já nascem com quatro metros e uma tonelada.
As mamães baleias têm uma relação parental muito forte com os seus filhotes. Nos primeiros seis meses, eles são mantidos o tempo todo por perto e se alimentam exclusivamente de leite. Só depois desse período, esses filhotes começam a se alimentar de Krill, invertebrados semelhantes ao camarão, e pequenos peixes.