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Larissa Almeida
Publicado em 14 de maio de 2024 às 07:15
Conhecidas como ‘macetes’ ou ‘decorebas’, as técnicas de memorização são recursos utilizados sobretudos por estudantes para fixar determinados conteúdos na memória. Os artifícios são múltiplos e vão desde músicas com fórmulas matemáticas até a memória fotográfica da estrutura de um texto dissertativo-argumentativo. Mas, afinal, esses atalhos funcionam para o Exame Nacional do Ensino Médio? A resposta causa controvérsias entre profissionais da educação, que em geral veem benefícios nesses métodos, desde que sejam usados corretamente.
Para Benício Fagundes, professor da Land School Federação, essas técnicas têm maior eficácia para a prova de Matemática e Ciências da Natureza. “O Enem quer muito mais uma consciência e senso crítico. Então, talvez para as matérias de Exatas algumas memorizações de fórmulas podem servir, mas para outras disciplinas, como Ciências Política, Ciências Sociais e Filosofia, o senso crítico, uma boa leitura e consciência de mundo fazem diferença”, afirma.
Por sua vez, a professora de Redação e Língua Portuguesa do Bernoulli Sidnéia Azevedo vê o uso dessas estratégias como um risco. “A prova do Enem não é uma prova conteudista que requer memorização. Para a Redação, memorizar e trazer estruturas prontas pode representar um grande risco para o estudante, afinal de contas, o Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira] espera que o participante apresente um texto autoral que tenha o DNA desse estudante”, aponta.
Ela acredita que o que ainda é possível de ser memorizado é o repertório, ainda que com cuidados. “O estudante pode memorizar citações, a base e a essência de uma teoria filosófica ou sociológica, características principais de um movimento histórico, mas sempre usando de forma autoral”, enfatiza.
Maria Catarina Bozio, coordenadora pedagógica do Poliedro, reconhece que músicas e frases ajudam a lembrar do conteúdo estudado, de forma que tais técnicas de memorização não devem ser utilizadas sem um estudo prévio por parte do aluno. “Criar essa estratégia de revisar os assuntos estudados, fazer questões, relembrar o que errou para buscar o acerto, são técnicas de rememorar que ajudam bastante. Pensando meramente em decorar, com base uma memorização mais rasa, essa estratégia é bem mais desafiadora, pois são muitos os conteúdos cobrados no Enem. Por isso, é preciso ser algo mais prolongado: estudar, revisar, retomar e corrigir”, pontua.
Entre as estratégias recomendadas para memorizar, Edmundo Castilho, coordenador pedagógico do Bernoulli situado na Pituba, cita um que se baseia em três etapas, sendo duas delas extremamente recorrentes e comuns. “Eu gosto muito de estudar o conteúdo, seja lendo ou assistindo a uma vídeo aula, depois fazer um resumo ou tópicos do que aprendeu e, por último, explicar o assunto para mim mesmo, seja por áudio ou falando, desde que haja essa revisão gradual do que foi estudado”, conclui.
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro