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Da Redação
Publicado em 20 de dezembro de 2023 às 13:26
Os quatro suspeitos pela morte da cantora gospel Sara Mariana tinham intenção de usar a imagem da artista para lançar a carreira de Victor Gabriel, um deles, que também é cantor. A informação está na denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA), divulgada nesta quarta-feira (20). A Justiça aceitou a denúncia contra os quatro por três crimes e ainda o pedido de prisão preventiva contra eles, que já estavam presos por conta de uma ordem de prisão temporária. >
Ederlan Santos Mariano; Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como bispo Zadoque; Gideão Duarte de Lima e Victor Gabriel Oliveira foram indiciados pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver e associação criminosa. Sara foi morta no dia 24 de outubro e teve o corpo encontrado três dias depois, às margens da BA-093, na altura de Dias D'Ávila, cidade da Região Metropolitana de Salvador. >
A denúncia diz que o crime aconteceu porque Zadoque, Victor e Gideão, sob ordens de Ederlan, queriam “se apoderar da imagem pública de Sara Mariano, fazendo uso de toda a estrutura já montada em torno dela, para lançar a carreira de Victor, com o que todos lucrariam futuramente". A suspeita inicial, de que o crime teria sido motivado por ciúmes, foi descartada durante a investigação.>
O MP diz ainda que Ederlan prometeu ainda uma recompensa “que seria o sucesso e fama artística, pois os denunciados eram pregadores, produtores, cantores e músicos com intensa penetração nas redes sociais”. Ederlan afirmou que iria disponibilizar as ferramentas digitais de seu estúdio para promoções das carreiras artísticas dos envolvidos na morte de Sara.>
Guarda da filha>
No último dia 12, a Justiça concedeu a guarda provisória da filha de Sara e Ederlan, que tem 11 anos, para a família paterna. A família materna informou que vai recorrer da decisão. A criança está com a família paterna desde a prisão de Ederlan, ocorrida em 28 de outubro.>
A decisão foi publicada nessa terça-feira (12). A defesa não divulgou a liminar porque o processo corre em segredo de justiça. Em nota, a defesa diz que não há "vencedores" com essa decisão.>
"Importante ressaltar que no caso em questão não há vencedores ou perdedores. Duas famílias literalmente foram destruídas e uma criança, menor, sem dúvidas, se torna vítima por extensão do feminicídio de sua mãe, Sara Freitas", diz o trecho.>
A defesa diz ainda que vai analisar a decisão judicial e vai interpor recurso para o Tribunal de Justiça. "Até porque a senhora Dolores tem a firma convicção de que possui melhores condições de cuidar de sua neta menor, proporcionando um ambiente seguro, afetuoso e condizente com o legado de Sara Freitas".>
Crime>
A cantora gospel e pastora Sara Mariano desapareceu no dia 24 de outubro, após sair de casa, no bairro de Valéria, em Salvador, para um evento religioso que ocorreria em Dias D'Ávila. Na ocasião, o próprio marido dela, Ederlan Mariano, denunciou o desaparecimento.>
Ederlan informou na ocasião que Sara tinha costume de participar de vários eventos religiosos e na noite de terça um carro foi buscá-la para levá-la até o encontro do qual ela participaria. Mais tarde, ele tentou falar com a esposa e não conseguiu. Ele chegou a dizer que não tinha mais detalhes sobre se ela chegou a partir do evento.>
Ederlan chegou a ir até o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar queixa na manhã de quinta-feira (26). O corpo de Sara Mariano foi encontrado carbonizado às margens da BA-093, na altura de Dias D’Ávila, na tarde da sexta-feira (27). O marido reconheceu os restos mortais da vítima.>
Como o corpo estava carbonizado e irreconhecível, a suposta identificação só foi possível inicialmente graças aos objetos encontrados ao lado da vítima, apontados como de Sara. No mesmo dia, Ederlan foi preso. Inicialmente, foi divulgado que ele confessou o crime, mas a defesa nega. Ele alega ser inocente.>