Suspeito de matar mulher em bar no Rio Vermelho foi preso e liberado meses após crime

Rafael Ferreira Lessa foi preso por roubo em maio, mas saiu em audiência de custódia

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  • Wendel de Novais

Publicado em 3 de julho de 2024 às 11:23

Corpo foi encontrado no Largo de Santana Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Antes de ser preso na noite de terça-feira (2) pela morte de Gabriela Cristina Santos, 41 anos, assassinada no início de março na frente de um bar no Rio Vermelho, o principal suspeito do crime foi preso por roubo e liberado há pouco mais de um mês. De acordo com documentos do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) aos quais a reportagem teve acesso, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) pediu a prisão preventiva de Rafael Ferreira Lessa, 30 anos, no dia 26 de maio após ele ser autuado em flagrante por roubo.

O pedido, porém, não foi acatado porque a prisão do suspeito foi considerada ilegal pelo juiz plantonista da Central de Flagrantes, onde aconteceu a audiência de custódia após o roubo. A decisão considerou o fato de Rafael apresentar lesões pelo corpo que foram atribuídas por ele aos policiais que realizaram o flagrante. No processo, não há informações detalhadas sobre o que ele teria roubado, mas a ata da audiência detalha a conclusão do juiz de que a prisão teria sido feita de maneira ilegal por policiais.

“Com relação a Rafael Ferreira Lessa, foram identificadas e demonstradas, na audiência, diversas escoriações/lesões em seu corpo, tendo sido atribuídas aos policiais militares que efetuaram sua prisão. Isto posto, identificados vícios formais no respectivo APF (Auto de Prisão em Flagrante), não homologo a prisão em flagrante e relaxo a sua prisão”, escreveu o juiz na decisão.

A prisão desta terça-feira aconteceu porque Rafael tinha um mandado de prisão temporário em aberto por conta da morte de Gabriela que acabou sendo cumprido pela Coordenação de Polinter Interestadual (Polinter), de acordo com a Polícia Civil. A Polícia Militar informou que ele foi avistado por agentes com um facão e acabou abordado. Ao consultarem o nome de Rafael, os policiais constataram o pedido de prisão expedido pela 1º Vara do Júri.

Gabriela Cristina Santos tinha 41 anos
Gabriela Cristina Santos tinha 41 anos Crédito: Reprodução

Não há, no entanto, informações que detalhem a data em que o mandado foi expedido e se já estava aberto quando Rafael foi preso no mês de maio. Uma fonte da polícia, consultada pela reportagem, explicou que, em casos que a prisão é considerada ilegal por conta de agressões ao ‘flagranteado’, a norma é relaxar a prisão, pedir um novo laudo ao Departamento de Polícia Técnica e liberar o preso.