Suspeito de envolvimento em morte de policial federal é morto em Periperi

Submetralhadora foi apreendida com traficante após confronto em Valéria

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  • Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2023 às 09:27

Operação Fauda foi deflagrada em Valéria nesta sexta-feira (15)
Operação foi deflagrada em Valéria nesta sexta-feira (15) Crédito: Alberto Maraux/SSP

O quinto suspeito de envolvimento no confronto que resultou na morte do policial federal Lucas Caribé, e que deixou outros dois agentes feridos, no bairro de Valéria, foi morto na madrugada deste sábado (16). Uma submetralhadora, carregador e munições foram apreendidos.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), equipes do Batalhão Patrulha Tático Móvel (Patamo) e da Polícia Federal foram até o bairro de Mirantes de Periperi após receberem denúncias anônimas de que o suspeito havia fugido para o local. Durante a aproximação, um grupo foi avistado e, na tentativa de abordagem, houve confronto.

Vitor Eduardo Santos Dantas foi atingido durante o tiroteio e socorrido para o Hospital do Subúrbio. Ele utilizava uma tornozeleira eletrônica, de acordo com informações preliminares apuradas pela Polícia Civil.

Segundo a SSP, ele havia sido preso em junho de 2023 pelos crimes de tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo e colocado em liberdade provisória após decisão judicial.

Os outros suspeitos conseguiram escapar. Foram apreendidos uma submetralhadora calibre 9mm, um carregador, munições e um celular.

Operação em Valéria

Cerca de 100 policiais civis, militares e federais cumpririam os mandados judiciais, mas foram surpreendidos pela presença de integrantes de uma facção no bairro. Segundo testemunhas, havia cerca de 40 criminosos. O helicóptero do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer) foi acionado, e a PF chamou o 'caveirão' blindado.

Granadas foram lançadas sobre os policiais e até tiros de fuzil. Quatro homens suspeitos de participar da quadrilha foram mortos, mas apenas um teve a identificação divulgada. Uélisson Neves de Brito, conhecido como Cara Fina, era considerado tão perigoso que estava no Baralho do Crime, uma ferramenta da Secretaria da Segurança Pública (SSP) que reúne os bandidos mais procurados do estado. Ele tinha mandado de prisão em aberto e era investigado por tráfico de drogas e organização criminosa.

Tropa ferida

Além dos quatro suspeitos mortos, três agentes foram feridos na sexta (15). O policial federal Lucas Caribé Monteiro de Almeida, 42 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu. A colega dele, Hosannah Carneiro, foi socorrida para o Hospital Geral do Estado (HGE) e recebeu alta médica no final da manhã dessa sexta. Já o policial civil Vockton Carvalho Freire precisou passar por uma cirurgia e corre o risco de perder a visão de um olho. Ele está internado no HGE.

A notícia de que um policial federal foi assassinado e de que outros dois profissionais ficaram feridos provocou uma reação das autoridades públicas. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, se manifestou nas redes sociais lamentando o ocorrido e informou que o diretor-geral da Polícia Federal, Gustavo Souza, viria a Salvador, para acompanhar a investigação do caso. O reforço chegou na noite dessa sexta.

“Minha solidariedade aos policiais federais e estaduais atingidos por tiros na manhã de hoje [sexta] na Bahia, quando estavam cumprindo mandados judiciais. Infelizmente o policial federal Lucas faleceu. O diretor-geral da PF em exercício, delegado Gustavo Souza, vai à Bahia para acompanhar os fatos e estabelecer as orientações cabíveis”, escreveu Flávio Dino.

Além disso, 15 policiais do Comando de Operações Táticas (COT) de Brasília e um helicóptero foram enviados para reforçar as equipes da PF. O governador Jerônimo Rodrigues foi questionado durante a entrega de viaturas em Feira de Santana e também lamentou a morte.

“Quero ser solidário à PF, perdemos um homem em confronto com o crime organizado, as facções. A polícia está indo de encontro aquilo que não vai se estabelecer no estado da Bahia, que é a ocupação pelo crime organizado. Vamos continuar firmes. A gente não vai abrir mão da nossa segurança e firmeza para que na Bahia não se instale o crime organizado”, disse.