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Wendel de Novais
Publicado em 11 de junho de 2024 às 14:54
Na audiência de custódia que manteve a prisão de Igor Costa Campos, 39 anos, foi revelado que o suspeito ‘ria enquanto praticava as agressões’ contra a vítima. Ele é suspeito de agredir a mulher que caiu de um prédio localizado em um condomínio na Avenida Paralela, no último domingo (9). De acordo com a Polícia Civil (PC), ele foi autuado em flagrante pelo crime de lesão corporal dolosa. Na saída da Vara de Audiência de Custódia, nesta terça-feira (11), Igor não se manifestou. A reportagem, no entanto, teve acesso à transcrição do depoimento da mulher, que chegou a ser internada após despencar do quinto andar e estava grávida.
No depoimento, a vítima contou que, no dia do crime, os dois saíram para Lauro de Freitas e, ao retornarem, Igor começou a questioná-la sobre uma suposta traição. Mesmo ouvindo as negativas dela, o suspeito teria iniciado agressões com murros, chutes e até golpes na testa, enquanto a xingava e ria da situação.
“Igor começou a questioná-la, dizendo que ela havia ficado com algum conhecido dele; que ela negava e então ele a agredia; que ele ria enquanto praticava as agressões; que ele a agrediu com murros no rosto; que ele batia a testa dele na testa da vítima; que ele lhe deu chutes e a jogou no chão; que ele puxou tanto os cabelos da declarante que a cabeça dela está ardida”, aponta a transcrição do depoimento.
A vítima afirmou aos policiais também que gritava por ajuda, mas ninguém no prédio a ouviu e os dois estavam sozinhos no apartamento. Igor e a vítima, inclusive, teriam se conhecido há um mês. No fim de maio, ela o comunicou de que estaria grávida e que ele, por sua vez, afirmou que queria fazer o exame de DNA para atestar a paternidade. Mesmo com a gravidez, de acordo com o depoimento, o suspeito agrediu verbalmente a vítima, a xingando de ‘puta’, ‘nojenta’, ‘falsa’ e ‘vagabunda'. Confira o relato na íntegra:
O relato ainda detalha os momentos que antecederam a queda da mulher. De acordo com ela, depois de apanhar e pedir que Igor parasse, ela conseguiu se trancar dentro do quarto. Igor teria tentado entrar no cômodo, gritando com ela, que se assustou e se jogou da janela. “A declarante viu o rosto de Igor pela porta e pensou que ele tivesse conseguido abrir; que, então, num ato de desespero, para não apanhar mais dele, se jogou da janela do apartamento”, completa a transcrição do depoimento.
Igor, mesmo depois da queda, continuou transtornado e seguiu gritando com a mulher. Segundo ela, ele fazia ameaças e dizia saber onde ela mora. Isso, além dos indícios de materialidade e autoria do crime, motivou a juíza da Central de Flagrantes a converter a prisão do suspeito em preventiva. No julgamento da jurista, Igor oferece risco à integridade da vítima.
“Dessa forma, o perigo no estado de liberdade do flagranteado está revelado na necessidade, visando, sobretudo, resguardar a ordem pública, de modo a evitar a reiteração de condutas delitivas por parte deste, posto que a forma como o delito foi praticado evidencia um grau elevado de periculosidade quanto ao Autuado”, escreve a juíza.
A decisão considerou ainda a rigidez nos autos de prisão em flagrante lavrado pelos policiais que atenderam o caso e oitivas de testemunhas e da própria vítima. Igor foi preso pelos crimes de lesão corporal.