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Millena Marques
Publicado em 22 de dezembro de 2023 às 06:00
Não é novidade para ninguém que dezembro é o mês mais aguardado pelo comércio varejista, especialmente pelo varejo alimentar. Neste mês, a projeção é de um aumento de 5% no faturamento do segmento de supermercados, considerado o setor mais importante do varejo quando o assunto é faturamento, em comparação ao mesmo período do ano passado. De acordo com dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA), as vendas devem alcançar a marca de R$ 5,8 bilhões no último mês de 2023. >
A combinação de dois fatores é responsável por esse crescimento: maior número de pessoas empregadas em comparação a 2022 e a continuidade do crédito facilitado, é o que aponta o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze. >
"Quando há mais pessoas formalmente empregadas, com carteira assinada, há uma consequência de maior injeção do décimo terceiro salário. As famílias têm uma propensão a consumir quase 100% décimo terceiro", afirma Dietze, acrescentando que as pessoas com acesso ao cartão de crédito, seja qual limite for, conseguem pagar itens de Natal por meio do crédito facilitado. >
Em termos de faturamento, o setor mercadista é o mais importante do segmento varejista do estado: os valores alcançados no mês de dezembro representam 40% da receita total do comércio, ainda conforme dados do levantamento da Fecomércio-BA. >
“O ambiente econômico mais favorável, caracterizado pelo crescimento do emprego, inflação controlada e queda dos juros tem gerado boas expectativas para o encerramento do ano, refletido nas intenções de consumo das famílias, que em novembro, apresentou alta de 20,5% na comparação anual", afirma Dietze. >
A praticamente uma semana para o dia oficial da ceia natalina, realizada na noite do dia 24 de dezembro, a operadora de telemarketing Zeziane Costa, 40 anos, já pesquisava os preços dos principais itens para a tradicional cerimônia. A ideia da soteropolitana é justamente não comprar os produtos no primeiro supermercado que passar, com o objetivo de buscar os itens mais acessíveis. >
"Dá para gente pesquisa, fazer a pechincha, fazer um levantamento para tentar economizar. Eu faço isso sempre", brincou. Zeziane mantém a tradição de reunir os pais, o marido e o filho na ceia natalina, com direito a chester e panetone em todos os anos. >
Nos corredores do mesmo supermercado, a funcionária pública Lúcia Guimarães Silva, 65, conta que os preços dos itens natalinos são sempre desagradáveis, mas mantém uma expectativa positiva para a realização da ceia deste ano. "Parece que o Natal deste ano vem com mais alegria, com mais força, mais reuniões de familiares e amigos, isso também por causa do distanciamento da pandemia da Covid-19", afirma. >
Todos os anos, Lúcia faz uma planejamento específico para as compras natalinas em supermercado: 15 dias antes do dia 24, a funcionária pública costuma estar com praticamente tudo comprado. Neste ano, a situação foi diferente, porque, a rotina apertada do trabalho fez com que as compras fossem adiadas para o dia 18, uma semana antes do encontro com os familiares. >
Ela também conta que a ceia deste ano vai sair mais em conta porque o número de familiares que participam do evento hoje é menor. Se antes Lúcia tinha o hábito de gastar R$ 1.000 para realizar o jantar natalino, o orçamento costuma ficar entre R$ 500 e R$ 600 nos últimos anos – valores que devem ser mantidos para a ceia de 2023. >
Em outra rede de supermercado, Tarsila França, 28, também realizava compras para o natal, com a expectativa de desembolsar duas vezes mais do valor da compra mensal de casa: entre R$ 800 e R$ 900. O dinheiro gasto é motivo de alegria para a soteropolitana, que reúne sete familiares na noite do dia 24. "A expectativa é de muita paz e de mesa farta", afirma, salientando que o peru e o queijo cuia não faltam na mesa natalina da sua família.>
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro >