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Soteropolitanos enfrentam medo de raios e congestionamento durante temporal

Chuvas causaram transtornos na volta para casa dos trabalhadores nesta quarta-feira (20)

  • L
  • Larissa Almeida

Publicado em 20 de dezembro de 2023 às 23:32

Soteropolitanos tiveram dificuldade para voltar para casa durante temporal na cidade Crédito: Ana Lúcia Albuquerque/CORREIO

Em um cantinho discreto de um ponto de ônibus na Cidade Baixa, a gestora de recursos humanos Taliane Souza, 29 anos, estava encolhida enquanto segurava firme no seu guarda-chuva. Ao redor dela, outras pessoas conversavam durante o tempo em que aguardavam o ônibus e assistiam o temporal tomar conta do cenário daquele trecho de Salvador. Ela, contudo, mal abria a boca de tanto medo. “Eu tenho um pouco de medo de um raio cair próximo daqui, mas eu acredito que tenha para-raio nesses prédios. É um medo quando vejo os raios e o clarão”, afirmou, visivelmente apreensiva.

O medo não era à toa. No tempo em que conversou com a reportagem, no início da noite desta quarta-feira (20), o céu clareou como se fosse dia pelo menos duas vezes. Antes, no caminho do trabalho até o ponto de ônibus, Taliane viu duas placas e uma tenda de acarajé serem arrancadas pela força do vento na Avenida Estados Unidos.

Também no ponto de ônibus e debaixo de chuva, a auxiliar de cartório Crislei Andrade, 26 anos, estava de casaco, tênis e guarda-chuva. Equipada para enfrentar o frio e se abrigar das gotas espessas de água que caíam do céu, ela conta que nada era capaz de deixar seu emocional pronto para os raios e relâmpagos. “Quando vejo esses clarões no céu, eu fico apavorada. Eu morro de medo, mas finjo costume. Com os raios é pior ainda, eu nem saio de casa”, disse.

Por sua vez, a arquivista Amanda Mercês, 19 anos, colocou um capuz e foi obrigada a sair correndo do prédio onde trabalha, ao lado da Cidade da Música, para chegar até o ponto de ônibus. “Foi muita correria e eu ainda estou de sandália. Estou orando a Deus para não pegar uma micose no pé. Eu não tenho tanto medo de raio, o problema é só a eletricidade, mas já escondi o celular aqui na roupa e vida que segue. Agora, estou esperando o ônibus que estava previsto para vir às 18h e até agora, 18h10, não passou”, pontuou.

Em outros pontos da cidade, o caminho de volta dos trabalhadores para suas casas foi um verdadeiro transtorno. Diante das chuvas, longos trechos ficaram engarrafados, segundo relatos de populares. A Superintendência de Trânsito do Salvador (Transalvador) foi procurada para informar quais pontos de Salvador registraram engarrafamento, mas não respondeu até o fechamento da reportagem.

Na Avenida Centenário, local por onde o atendente de farmácia Hugo Lima, 42 anos, costuma passar no trajeto entre a Barra e o Nordeste de Amaralina, o congestionamento foi tanto que sua rota precisou ser alterada. Já no ônibus, ele resolveu saltar no bairro do Rio Vermelho para esperar outro transporte, uma vez que o percurso já estava somando quase duas horas. “Lá na Barra estava um engarrafamento retado. Foi uma demora retada para pegar o ônibus. Na Centenário, estava tudo alagado, o engarrafamento foi em função disso. Estava tendo raio também”, relatou.

Moradora da Suburbana, a cozinheira Marinês dos Anjos, 51 anos, trabalha no Rio Vermelho. No ponto de ônibus, ela classifica sua jornada para voltar para casa como uma luta por conta do temporal. “Está sendo uma luta. Era para eu sair 16h do trabalho, mas só estou saindo agora, às 19h, porque estava esperando passar o relâmpago e a chuva. Lá, eu estava entre a máquina e o armário para me esconder, porque eu morro de medo. Para completar, alagou tudo lá em casa. Estou ansiosa para chegar e resolver essa situação”, desabafou.

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo