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Sitio Arqueológico é encontrado em Vila de Pescadores na Bahia

Mais de 2 mil fragmentos e quase 30 ossadas de pessoas e animais foram encontrados em Santiago do Iguape, na Beira do Rio Paraguaçu

  • Foto do(a) author(a) Priscila Natividade
  • Priscila Natividade

Publicado em 17 de novembro de 2024 às 10:44

Uma vila de pescadores na beira do rio Paraguaçu guarda a história de um sitio arqueológico milenar. Arqueólogos acabam de encontrar na mesma região que abriga a primeira igreja construída no recôncavo, mais de dois mil fragmentos e quase 30 ossadas de pessoas e animais que podem ter vivido a partir do século 16.

A descoberta aconteceu durante as escavações para a construção de uma praça, como afirma o arquiteto da Conder, Olmo Lacerda, em entrevista ao Jornal Nacional (Rede Globo):

"Quando o trabalhador batia a pá, eles falavam, peraí, peraí, isso aqui é uma falange, aí começava, aí vinha com os pincéis e tal, e aí às vezes passavam 40 minutos ali para tirar uma parte da ossada. E foi juntando peças e a gente descobriu que existiam diversos tipos de ossada de épocas diferentes também

Entre os achados, a presença dos sambaquis e de estruturas até mesmo pré-históricas. "O sambaqui vai ser uma deposição proposital e de longo prazo de conchas, de restos de alimentação, de objetos das pessoas que estavam ali e de terra do próprio local. É algo muito antigo. Os mais antigos encontrados no Brasil, eles podem datar até de 10 mil anos”, comentou a arqueóloga, diz Bruna Brito.

O material foi enviado para o laboratório de osteoarqueologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI) para estudo e análise de DNA. “Essa descoberta é única no Brasil, no sentido em que a gente ter dois níveis de cemitério diferente, separados por pelo menos alguns milhares de anos. Isso é uma oportunidade única de se conseguir, por exemplo, fazer a análise genética de dezenas de indivíduos. Eu acho que é, talvez, dos cemitérios coloniais mais importantes do Brasil. Estamos falando de uma região que é o centro da cultura africana no país”, ressalta a professora de Arqueologia da UFPI, Cláudia Cunha.

*Com informações do Jornal Nacional