Sintomas, tratamento e riscos: saiba tudo sobre a pneumonia ‘silenciosa’ que internou famosas

Pneumonia bacteriana pode ter sintomas leves e dificultar diagnóstico

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  • Maysa Polcri

Publicado em 25 de julho de 2024 às 05:45

Artistas compartilharam que tiveram a doença neste ano
Artistas compartilharam que tiveram a doença neste ano Crédito: Reprodução/Redes sociais

Uma febre que insiste em cansar o corpo por mais de dois dias. Com ela, a dor de cabeça que dificulta o cumprimento de atividades diárias. A tosse completa o combo do mal estar. Se você está ou já esteve com esses sintomas, é preciso ligar o sinal de alerta: o quadro pode se tratar de uma pneumonia silenciosa. A versão pouco comum da doença, transmitida por bactérias, tem preocupado especialistas em Salvador e causado ondas de contágio em diversas regiões do país.

Ao menos duas famosas fizeram o alerta sobre a pneumonia, entre março e junho, deste ano: Camila Pitanga e Sheila Mello. Antes disso, em fevereiro, Ivete Sangalo também compartilhou com os seguidores que estava internada com quadro da doença. Os relatos das artistas mostram que os sintomas inicias não despertaram dúvidas sobre a possibilidade da pneumonia. Isso acontece porque os sinais da pneumonia assintomática - ou silenciosa - podem ser facilmente confundidos com outras doenças. 

Enquanto a inflamação dos pulmões (pneumonia), em geral, causa tosse com catarro ou pus, além de dificuldades para respirar e dor no tórax, a versão silenciosa é mais branda. A tosse é seca e a febre persiste durante mais de dois dias. Se não for tratada da maneira correta, com antibióticos, a infecção bacteriana pode evoluir para casos graves.

“Idosos e crianças são grupos que podem não comunicar os sintomas e são mais frágeis fisicamente. É fundamental estar atento para levar ao atendimento de emergência para que os casos sejam investigados, quando há necessidade”, indica o pneumologista e alergologista Álvaro Cruz.

A versão silenciosa também é mais contagiosa do que a pneumonia comum, o que contribui para o aumento de casos percebidos por médicos de Salvador, além de estados como Minas Gerais e Paraná. A doença é transmitida através de gotículas de saliva contaminadas. 

Segundo especialistas, o aumento de casos pode ter relação com a baixa adesão à vacina contra a gripe (Influenza). Qualquer gripe ou resfriado que prejudique o sistema imunológico abre portas para inflamações no pulmão. Por isso, em caso de sintomas, é importante ficar atento a piora do quadro e usar máscara, para evitar contaminar outras pessoas. 

As vacinas pneumocócicas, que protegem contra a doença, são disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para idosos e crianças.  A médica Edna Lúcia Souza, integrante da Comissão Científica de Pneumologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), alerta para a importância de manter o calendário vacinal atualizado. 

"Nós estamos em um momento em que as pessoas estão vacianando menos os seus filhos no mundo todo e isso tem grandes repercussões. A não vacinação expõem às crianças a riscos de infecções graves pelo vírus da gripe e das suas complicações", diz.