Sindicato pede punição de PMs pela morte de funcionário terceirizado da Embasa

Pessoas próximas da vítima acusaram policiais militares de terem executado o jovem; corporação traz outra versão

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Publicado em 12 de julho de 2024 às 13:41

Welson Figueiredo Macedo
Welson Figueiredo Macedo Crédito: Reprodução/Redes sociais

O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira no Estado da Bahia (Sintracom-BA) emitiu uma nota pedindo Justiça e punição dos culpados pela morte de Welson Figueiredo Macedo, funcionário terceirizado da Embasa. A categoria ainda lamentou que o jovem esteja "sendo tratado como bandido" e cobrou uma "atitude firme" do governador Jerônimo Rodrigues em relação à violência policial. 

"É mais um jovem trabalhador, negro e morador da periferia que, após ser morto pela polícia, está sendo tratado como bandido, acusado de suspeito de assalto, de portar arma e munição. Não podemos nos calar diante de tamanha injúria e injustiça. Um jovem trabalhador, inocente, além de perder a vida, não pode ter sua memória tratada como se fosse um bandido, um marginal. ", ressaltou. 

A vítima, de 29 anos, morreu após ser atingida com tiros pelas costas, pela Polícia Militar. A ocorrência aconteceu por volta das 19h da última terça-feira (09), quando se encontrava em sua moto, vestido com o uniforme da empresa, onde trabalhava desde 2020 e exercia a função de operador de equipamento leve. Depois de ter deixado um colega de trabalho no bairro de Castelo Branco, Welson se dirigia para sua casa, no bairro de Cajazeiras. 

"Em pleno século 21, é inadmissível a abordagem policial desumana e violenta, por parte dos que devem cuidar da segurança pública, protegendo as comunidades e a sociedade. É fundamental que sejam tomadas providências pelo governo, com treinamento contínuo, atualização e capacitação das forças policiais", criticou, em nota. 

Também assinaram a declaração a Federação Interestadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Construção Civil e do Mobiliário nos Estados da Bahia e Sergipe - Fetracom-BASE e a Federação Latino-Americana e Caribenha dos Trabalhadores da Construção, Madeira e Materiais de Construção - FLEMACON. 

Duas versões 

Segundo a PM, agentes da 47ª CIPM faziam rondas na região e verificaram três homens praticando roubos em motocicletas. A PM afirma ainda que houve troca de tiros com os suspeitos no fim de linha de Castelo Branco e um deles, que seria Welson, foi atingido.

Ainda de acordo com a polícia, ele foi conduzido para o hospital, mas não resistiu. Com Welson, teriam sido apreendidos um revólver e munições calibre 38, além de uma moto.

Por outro lado, pessoas próximas da vítima acusaram policiais militares de terem executado o jovem. Um primo de Welson, que prefere não se identificar por medo de represálias, conversou com a reportagem e afirmou que Welson teria sido morto pelas costas. Ele afirma ainda que encontrou o primo no hospital após ter sido atingido e ele não apresentava lesões características de alguém morto durante uma fuga.

"Welson tinha descido da moto e se rendido. Ele tomou um tiro pelas costas porque, se ele estivesse em fuga como fala, estaria todo ralado, o que não aconteceu. Como você está a 100 km/h fugindo da polícia, toma um tiro e não se rala? Encontrei Welson na maca do hospital e ele não tem um arranhão", fala. Entre os familiares, é consenso que ele foi executado